New voice, o rock de Liverpool e Bob Dylan
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de outubro de 1983
Donna Summer e Diana Roos, duas explêndidas cantoras - cada uma em seu estilo, mas que sempre se ouve com prazer. Esfuziante, um pouco sátrica a partir do próprio título de seu novo lp, Donna está atraente em << She Works Hard For The Money >> (Polygram), na qual mostra todo o seu poderio vocal, num disco dos mais balançantes - e por isto mesmo bastante programando nas Pms. Também deixando o romantismo que caracterizava seu repertório há alguns anos, a Ex-Supreme, Diane Ross, em novo lp (Capitol/Odeon) traz repertório up to date, com canções de novos autores como France Gold/Peter Ivens (<< Let`s Go Up >>), do já admirado Ray Parker, Jr. (<< Up Front >>) ou dela própria (<< Girls >>), além de uma pequena jóia: << Pieces of Ice> (Marc Jordna/John Capke).
Fermanine Jackson, de uma família tradicionalmente musical - os Jackson Five - também faz seus Voos solos e em um jovem disco (<< Let Me Tickle Your Fancy >>. Motown/RCA) demonstra não apenas ser uma cantora de recursos mas também múltipla instrumentista, tocando uma dezena de instrumentos e ainda compositora de nove das dez faixas gravadas. Sem dúvida, um talento amplo e digno de observação. Agora, vamos as new-foices (e faces) que apareceram com seus discos no Brasil: elétrica e Peoples>, Total Experience/Polygram) nos traz um repertório surpreendente, com uma faixais esfuziantes: << Party Night >>. Saindo da área americana, uma espanhola de olhar belíssimo, é lançada pela RCA: Jeanette (<< Reluz >>). Vozinha fraca, repertório sem maior dimensão - esta menininha-tem, entretanto, um público para brigar: aquele que adora Perla. Gravado no Brasil, produção de Eduardo Lages e Ed Wilson, o disco de Jeanette teve a valorizar a participação do afinado grupo Roupa Nova.
Depois dos Beatles. Liverpool se tornou ponto referencial básico do rock. E é desta cidade portuária inglesa que vem o grupo Echo & The Bunymenn, formado por Ian McCulloch (vocais/Guitarra). Will Sergeant (guitarra), Les Patterson (baixo) e Pete De Freitas (bateria). Há 5 anos este quinteto está na luta - começando no Eric`s Club (na mesma rua onde existiu o cavern Club, da biografia beatleanna), fizeram discos independentes e hoje estão na Korova, selo distribuído pela WEA que os apresenta agora no Brasil em << Porcupine >>, com 10 faixas composta pelos 4 membros da banda, e nas quais dosam bom humor e invertividade. Especial atenção as faixas << The Cutter >>, << Heads Will Roll >> e << Gods Will Be Gods >>.
Podemos dispor de artistas das diferentes fábricas, o grupo Sigla/Som Livre, se dá ao luxo estridente Bonnie Tyler (<< Faster Thant The Speed of Night >>, Epic/CBS) canta música de títulos como << Você já viu a Chuva? >> (Have You Ever Seen The Rain). << Strainght From He Heart >> e << Tears >>. Pessoalmente, preferimos o seu visual. Outra nova cantora que vale pelo belíssimo visual é Agnetha Faltskog (<< Wrap Your Arms Around Me >>. RCA), de quem não se tem outra informação de que gravou este disco no primeiro trimestre de 83 no Polar Músic Stúdios, em Estocolmo, Sueco ou americana, sua linha é uma só: estridente. Estilo um pouco punk mas também belo rosto - acompanhada, por uma interessante banda de 5 integrantes, Pat Benart (<< Get Nervous >>, Chrysalis/RCA), também se inclui na nova safra de cantoras de muito punck e swing que chegaram nos últimos meses ao mercado, com repertório inédito.
Um apetitoso quarteto vocal - Mary Jane Gils formado por duas crioulas e duas brancas, num lançamento Motown/RCA, em produção do já conhecido Rick James, que participa também nos vocais, vários instrumentos e arranjos. As garotas chamam-se Candi, Jojo, Maxim e Cheri, e se dividem nos lead vocal das diferentes fases. Ao vivo devem entusiasmar mais do que em disco.
Sem dúvida estridência e com rítmo, o duo Hearneats em um novo disco (<< Yarbrough & de montar elepes com os maiores sucessos de artista que sempre tem mercado seguro. O selo Opus/Colúmbia, por exemplo, apresenta uma competente produção de Sérgio Motta e Ezequiel Neves (sem dúvida, o jornalista/produtor mais bem informado sobre a música pop contemporânea), com o melhor de Bob Dylan (<< The Legend >>). Em 11 faixas, um reencontro com momentos antológicos deste compositor-interprete da maior importância na música americana como << Like A Rolling Stone >>, << Lay, Lady Lay >>, << Mr. Tam Bourine Man >> etc.
Seis anos após sua morte, Elvis Presley continua a ter multidões de fantásticos - principalmente garotos que nem eram nascidos quando vivia. Assim, enquanto a RCA não deixa de produzir novos (sic) discos com antiga matrizes de << The Pelvis >>, também a Sigla/Som Livre aproveita o filão e morta um disco com uma seleção do Presley anos 50 a 70, valorizado por textos explicitivos de cada faixa, preparados por um dos maiores fanáticos de Presley, o paulista Marcelo E. L. Costa, presidente do São Paulo Elvis Presley Society.
Depois dos clássicos e do swing, a sic >> (Sigla/Som Livre) estão em meddley, no digestivo e agradável arranjo desta orquestra, os rocks mais populares dos anos 60/70.
FOTO LEGENDA 1- Donna Summer
FOTO LEGENDA 2- Daiane Ross
FOTO LEGENDA 3- Fermanine Jackson
FOTO LEGENDA 4- Elvis Presley 20 hits
FOTO LEGENDA 5- Porcupine
FOTO LEGENDA 6- Bonne Tyler
FOTO LEGENDA 7- Jeanette Reliz
FOTO LEGENDA 8- Agnetha Faltskog
FOTO LEGENDA 9- Benatar Pat Nervous Get
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