O roubo das fotos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de agosto de 1977
Um roubo que o arquiteto Marcos Prado sofreu no Hilton Hotel, em Nova Iorque, há um ano, impediu que a bibliografia sobre planejamento urbano recebesse uma importante contribuição: um profundo estudo sobre ruas de pedestres em todo mundo.
Depois que deixou a direção do Departamento Estadual de Trânsito - num tumultuado episódio, onde mostrou coragem e independência - Marcos fez algumas viagens internacionais, a convite de organizações ligadas ao planejamento urbano, que tomaram conhecimento de seu trabalho.
Em algumas destas viagens, Marcos começou a fazer fotos de ruas de pedestres, para ilustrar um livro que já estava praticamente escrito quando, em maio de 1976, de retorno ao Brasil, após visitar 68 cidades em vários países, parou em Nova Iorque. Numa noite, a convite de amigos, voou para Washington e na manhã seguinte ao retornar ao luxuoso Hilton Hotel, ao entrar em seu apartamento teve a surpresa de encontrar o seu apartamento vazio: levaram suas malas, anotações de livros, mais de 500 negativos e um ultra-sofisticado equipamento cinefotográfico, avaliado em quase US$ 10 mil dólares.
Ex-publicitário da Standard, em Belo Horizonte, quando estudante, Marcos tem a fotografia como hobby. Apesar do roubo, já conseguiu readquirir equipamento semelhante e está disposto a viajar novamente ao Exterior, para fazer novas fotos de seu livro sobre ruas de pedestres. "Os textos e anotações foram levados pelos ladrões, mas o importante é que a idéia está na cabeça", comenta.
Marcos Prado já tem um livro publicado, que tem sido muito disputado em várias esferas: "Trânsito Louco", publicado durante o período em que dirigia o (DETRAN(.
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