O último candilho
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de junho de 1977
Um ensaio do professor Vicente Athayde, coordenador curso de pós-graduação em Literatura da Universidade Católica - "A Narrativa de Ficção" (McGraw Hill do Brasil, 1973), é o único trabalho de autor paranaense em que o jornalista e historiador Glauco Carneiro se apoiou para escrever o primeiro volume de "Lusardo, O Último Caudilho" (Editora Nova Fronteira, 368 páginas, Cr$ 150,00).) A personalidade do veterano político, diplomata, guerreiro, líder e, sobretudo "homem de decisão rápida" está em evidência: o livro de Carneiro - com base nos depoimentos não só de João Batista Lusardo, mas também de contemporâneos, bibliografia e material coletado em vários arquivos, Biblioteca Nacional, Câmara dos Deputados e Itamarati - está a caminho da relação dos best-sellers, pelas revelações novas que faz sobre a política brasileira.
A revista "Isto É", que está nas bancas (29/6/77, 74 páginas, Cr$ 18,00), dedica reportagem de duas páginas, com texto de Sérgio da Costa Franco, a propósito de Lusardo, denominado "O Caudilho Maragato". Lusardo, hoje aos 85 anos, formado em medicina e direito, pacato proprietário da Estância São Pedro (11.500 hectares de campos e lavouras em Uruguaiana, RGS), não é personagem conhecido pelas gerações mais novas. Mas foi figura muito badalada neste país, durante todo o ciclo de Vargas. E, com a publicação do primeiro volume do livro de memórias, ditadas ao jornalista Glauco Carneiro, ex-revista "Cruzeiro", autor de uma obra fundamental de nossa história contemporânea ("Historia das Revoluções Brasileiras", 1965; reedição prometida pela Nova Fronteira), volta em evidência. E, muito do que diz com relação a política das décadas passadas, tem incrível atualidade - fazendo com que "O Último Caudilho" passe a ser o livro de cabeceira de nossos políticos e militares, nesta semana.
FOTO LEGENDA- Lusardo O Último Caudilho Volume 1 Glauco Carneiro
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