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Aramis

Pop cinematográfico com as superstars da canção

É grande a aproximação de estrelas da música pop ao cinema. Betty Midler foi "A Rosa" na cinebiografia (disfarçada) de Janis Joplim. Diana Ross ganhou uma indicação ao Oscar em 1972 por sua sensível interpretação de Billie Holiday (1915-1959) em "The Lady Sings The Blues" (perdeu para Liza Minnelli, outra cantriz, por "Cabaret"). Tina Turner é a fulgurante estrela de "Mad Max III - Além da Cúpula do Trovão", super-produção australiana que estréia nesta semana - devidamente catipultuado pela trilha sonora (edição Odeon) e o trailler video-clip, com a esfuziante música-tema. Agora, enquanto a extraordinária Diane Ross reaparece com um novo disco ("Eaten Alive"), temos o surpreendente álbum de uma nova cantora Sheila E ("Romance 1600", WEA), assumidamente com "uma aura cinematográfica - uma trilha sonora para todas as fantasias dos amantes, um sonho romântico, uma delícia secreta" como diz a própria WEA. Com músicas da própria Sheila (Oakland, Califórnia, 1958), filha do lendário percussionista Pete Escovedo - este "Romance 1600" teve uma produção suntuosa, com ótimos instrumentistas acompanhando as 8 faixas - todas decalcadas de idéias românticas. A cantora diz que a visão do filme "Amadeus" a faz repensar na realização deste disco, especialmente na música título "Romance 1600" e "Dear Michelangelo", inspiraram a capa e o título do lp ("Inventei nomes para os músicos como se eles fossem personagens de uma história francesa"). Mas a música não fica apenas no passado - embora esta preocupação de às canções arranjos suaves, longe de qualquer metaleira pesada. Assim "Siste Fate" festeja o amor no mundo moderno, enquanto os prazeres de "Betime Story" e da faixa-título evocam delírios que podem ser tudo, menos ultrapassados. Liberta de preocupações pop-metálicas, de seus últimos álbuns Diana Ross está surpreendente em "Fatem Alive", produção que teve a participação de Barry Gibb, reconhecidamente um dos mais competentes compositores americanos (a ele, se devem os créditos dos 25 anos de êxitos dos Bee Gees), além de Michael Jackson - parceiro dos irmãos Gibb na faixa título. Aliás, os irmãos Gibb oferecem a Diana Ross todo o repertório para este disco de reconciliação sonora. Nos faz lembrar, até, a fase em que outra crioula maravilhosa - Dionne Warwick, tinha seus discos orientados (e com músicas) e Burt Bacharach. Diana Ross é uma cantora de extraordinários recursos, show-woman excelente e que como tantas outras artistas, nestes anos de indecisão musical, tem, eventualmente, sido colocada em (des)caminhos discutíveis da música pop. xxx Atrações não faltam no novo elepe da Turma, do Balão Mágico: um chequinho de Cr$ 5 mil para a abertura de uma caderneta de poupança na Caixa Econômica (inteligente jogada de marketing, para estimular as crianças), uma revista em quadrinhos, um carrossel para armar Ah! Tem também músicas - na linha que fizeram de Mike, Ricardinho, Simony e, a partir do ano passado, Jairzinho, instituições de consumo infantil. Como são campeões de vendas, numa faixa de público das mais atraentes, o Balão Mágico ganha tudo que tem direito e não faltam participações especiais: Erasmo Carlos ("Baroto Bom é da Barata"), Moraes Moreira ("Garoto e Garota"), Babi Consuelo e Pepeu Gomes ("Um Raio de Sol"), o humorista Castrinho ("Tic-Tac") e os grupos Metro ("Não Pra Parar a Música" e Dominó ("Chega Mais Um Pouco").
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
37
03/11/1985

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