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Aramis

É tempo de sorvete

Enquanto os empresários do setor de confecções suaram suas penas com o inédito sol de julho, ao menos dois comerciantes passaram o mês sorrindo, felizes da vida: o espanhol Gracia e o famoso Gaúcho, proprietários das duas mais movimentadas sorveterias da cidade. O conhecido Gaúcho - Adalberto Pinto Santos, 50 anos, nascido em São Borja, desde 1948 em Curitiba, animou-se antecipando uma decisão: derrubou as paredes da mercearia na esquina da Praça do Redentor com a Rua Desembargador Reinaldo Valente, que limitava o espaço de sua soverteria e ali, a partir da próxima semana, funcionará uma casa de gelados com duas caixas e nove moças atendendo as milhares de pessoas que procuram o local, principalmente nos fins de semanas. Dono de uma fórmula "de família e que não vendo a preço nenhum", que faz de seu sorvete ter sabor único, o Gaúcho investiu mais de Cr$ 1 milhão na compra de novo equipamento e ampliação da sua loja: "A ausência do inverno já pagou a reforma". Na Praça do Redentor, defronte sua sorveteria, Gaúcho pensa em instalar cadeiras e mesas. Mas para isso espera que a Diretoria de Parques e Praças de melhor tratamento ao local - completamente abandonado, sem bancos e com apenas uma única árvore. Já Gracia, 39 anos, espanhol de Andaluzia, de uma família há meio século no ramo das sorveterias, trouxe para a "Caramba" - instalada em estratégico ponto, na Rua Presidente Faria, defronte o Passeio Público - uma tecnologia na fabricação de gelados, graças ao que conseguiu dividir a freguesia até então cativa do Gaúcho. A intenção de Gracia era lançar o sorvete quente, nos dias de inverno, mas até agora não houve necessidade em sua fabricação. Como as contas bancárias de Gaúcho e (Gracia( são estimulantes, outros comerciantes decidiram entrar no setor: fala-se que a Schaffer, com sua germânica tradição de 60 anos, estaria para se transformar em sorveteria, o Veneza, também na Rua 15 de Novembro iria melhorar a sua linha de sorvetes e o sempre astuto Marcelo Lorenzetti, traria um especialista italiano, para uma sorveteria, no seu centro comercial, entre as ruas Carlos de Carvalho/Cruz Machado/Visconde de Nacar.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
12/08/1977

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