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Aramis

Turismo Baiano (III)

SALVADOR, (via Vasp) - Ao entregar na próxima semana a presidência da Bahiatursa, o economista Manoel Figueiredo Castro, deixa um saldo positivo de realizações desenvolvidas não apenas no campo do turismo, mas também na preservação do patrimônio cultural, artístico e folclore da Bahia. Uma prova concreta é mais de dez quilos de documentos, resoluções, propostas, relatórios e sugestões, englobando, principalmente os resultados de uma série de seminários realizados no ano passado - e nos quais foram esmiuçados os mais diversos aspectos da vida bahiana. Assim, em junho foi realizado o Seminário de Saveiros, em julho o Seminário de Museus - ao qual inclusive estiveram presentes os pintores Fernando Velloso e João Osório Brzezinski, diretores do Museu de Arte Contemporânea e Casa Alfredo Andersen, respectivamente. Em agosto, houve o Seminário de Folclore, do qual resultou um robusto documento de 40 páginas, com importantes recomendações. Em outubro, foi a vez do Teatro merecer vários dias de debates e estudos. Em novembro, a famosa culinária bahiana teve um seminário e por último, em dezembro, houve o estudo do Artesanato. Em cada um destes seminários, foram levantados dados completos e resultaram recomendações expressivas. No dia 21 de janeiro último, numa síntese de todo este esforço, o presidente da Bahiatursa, Manoel Castro, fez uma longa palestra no Conselho Estadual de Cultura, completando assim um trabalho de infra-estrutura e cujos bons resultados mereceriam ser seguidos em outros Estados. Aqui fica a sugestão para o Governo que toma posse amanhã, caso queira, em seu setor de cultura realizar um trabalho sólido e de bons resultados. Todo o trabalho desenvolvido pela Bahiatursa, isoladamente ou em coordenação com outros organismos do Estado, veio demonstrar o óbvio: os baianos não estão dormindo sobre os louros e se Salvador hoje é a cidade de maior apelo turístico do Brasil - já superando a Guanabara, em números exclusivos de turistas - todos se esforçam para que esta indústria (que não polui) cresça cada vez mais. xxx Em abril, circularão dois novos jornais, que embora de periodicidade ainda não fixadas, deverão se caracterizar por uma linha independente e mesmo critica ao novo governo. Um deles será "Palavra", em formato de tabloide, com apenas três páginas, mas reunindo textos vigorosos de uma equipe de profissionais bastante ácidos em seus artigos. O outro será uma experiência curiosa de Almir de Lara: reeditar páginas nostálgicas de "O Dia" matutino que circulou de 1o de julho de 1923 a 16 de outubro de 1961, junto com reportagens e artigos atuais mas na mesma linha do velho jornal pessedista. Almir já teria, inclusive, encontrado um editorialista com a mesma pena feroz do velho Barros Cassal, cuja coluna "A Ferro e Fogo" durante décadas, incomodou políticos e autoridades. Xxx O humor grosso do ex-dramaturgo Plínio Marcos agradou o público que compareceu às duas únicas apresentações de seu show no teatro do Paiol, na terça e quarta-feira. Informal, com sua linguagem debochada e agressiva, o autor de "Dois Perdidos Numa Noite Suja" contou piadas que fariam corar até o Marques de Sade, mas que provocaram dos presentes principalmente das menininhas, boas gargalhadas. Os pagodeiros liderados pelo Geraldão Filme de Souza apareceram pouco, mas o suficiente para o bom crioulo mostrar bonitos sambas, todos identificados com São Paulo "e seus pontos de encontro que não existem mais", como disse Plínio. Se o espetáculo continuasse em cartaz as casas estariam lotadas. Afinal, humor ao estilo Dercy Gonçalves sempre tem público. Mas a temporada foi curta, pois desde ontem, o bom Lápis e a afinada Evanira apresentam no Paiol o espetáculo "Funeral Para Um Rei Negro" A verificar!.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
14/03/1975

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