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Aramis

Artigo em 25.01.1985

O lançamento da candidatura do prefeito Maurício Fruet ao governo está esquentando os termômetros peemedebistas. Até ontem, não eram poucas as pressões vindas de vários setores – incluindo o Palácio Iguaçu – "desaconselhando" a colocação do nome do estimado alcaide na arena dos candidatos a candidato a sucessão de Richa. Embora de uma habilidade mineira, Maurício ficou entre dois fogos: de um lado não querendo atritos com certos setores palacianos mas, de outro, sentindo que o retardamento na colocação de seu nome não deixa de ser uma maneira nada sutil de outras áreas em "congelarem" a sua inconteste liderança. Assim, se houve pressões para que não houvesse o lançamento como candidato, Maurício também teve que sentir outras pressões – bem mais legítimas – da parte de suas bases, líderes e cabos eleitorais de grande fidelidade e que obviamente querem vê-lo na disputa para chegar ao Palácio Iguaçu dentro de dois anos. Para confirmação ou esclarecimentos: o Santa Mônica Clube de Praia estaria sendo negociado pela Associação Banestado, para servir a grande comunidade de funcionários daquele conglomerado. Idealizado e fundado há quase 20 anos pelo inesquecível Joffre Cabral e Silva, o ambicioso projeto do clube da praia de Leste – anexo a um hotel 3 estrelas e um loteamento de alto nível – teve o apoio do grupo Cecílio Rego Almeida, que investiu muitos bilhões na execução das obras – caras pelas própria natureza do terreno escolhido. Presidido por Denisio Belotti, um veterano animado social, o Santa Mônica tem movimentada agenda social e conta com muitos sócios. Um nome certo no primeiro escalão do governo Tancredo Neves: o jornalista José Augusto Ribeiro, assessor de imprensa nos últimos meses do novo presidente. Curitibano, tendo iniciado sua carreira jornalística em O ESTADO – por coincidência, no mesmo dia em que também ingressou na Editora o hoje diretor Ilson Almeida – Zé Augusto mora no Rio deste de 1963. Foi como assessor de Amaury Silva, quando ministro do Trabalho e lá permaneceu numa brilhante carreira: chefe de redação de "O Globo" por 8 anos, TV Bandeirantes, TV Globo, inúmeras viagens internacionais – mas sempre ligado a área política. Em Curitiba, entre 1956/63, José Augusto fez a cobertura política de O ESTADO e, mais tarde, era o editorialista. Feroz na oposição ao governo Moyses Lupion, foi um dos principais assessores de Ney Braga em sua primeira campanha – que o conduziu ao Palácio Iguaçu, em 1961. Apesar de, na época, Ter condições de ocupar o cargo que desejasse, preferiu continuar no jornalismo – com a independência e a honestidade profissional que sempre o caracterizaram. Quem conhece José Augusto Ribeiro sabe que cargos não o atraem. Nestes quase 30 anos de convivência com o poder tem tido inúmeros convites para as mais importantes funções , mas prefere continuar no campo de batalha do jornalismo, no máximo atuando como assessor especial para pessoas que merecem seu respeito e admiração. Isto o fez engajar-se na assessoria de Tancredo Neves, mas não quer dizer que o bom José Augusto Ribeiro pretenda cargo de ministro. Competência e status para tanto possui, mas sabe como desgastante é a função pública. O irmão mais novo de José Augusto, Luiz Felipe, é outro curitibano há 20 anos fora de sua cidade. Atuante na política acadêmica nos anos 60, Luiz Felipe teve que se exilar após o golpe de 31 de março de 1964 – primeiramente na Argentina, depois no Chile, de onde retornou ao Brasil, quando, em 1973, a direita derrubou o governo democrático de Salvador Allende.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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25/01/1985

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