Agora, o Mazzaroppi está na Cinemateca
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de agosto de 1986
Cinco anos após a sua morte (13/6/1981), Amâncio Mazzaroppi, sempre tão criticado por seus filmes, começa a ser reverenciado. Em Londrina, um de seus maiores admiradores, publicou uma biografia, infelizmente sem maior repercussão. Agora, a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, recebeu os negativos originais dos 24 filmes de longa-metragem de Mazzaroppi, um dos mais populares da história do cinema brasileiro.
Da briga-de-foice pela disputa da herança, fortuna deixada pelo ator-produtor - sobrou, ao menos bom senso para que os negativos fossem preservados e, agora, estão na Cinemateca Brasileira, que hoje tem o maior acervo do Terceiro Mundo.
De 1915 a 1957, Mazzaroppi trabalhou para várias produtoras (Vera Cruz, Brasil Filmes, Fama e Cinedistri). Em 1958, produziu seu primeiro filme ("Chofer de Praça", direção de Milton Amaral). Bem sucedido, montou uma sólida estrutura, realizando duas dezenas de filmes. Dos 32 títulos de sua filmografia, 29 agora estão na Cinemateca. Faltam, para completar a relação, os filmes produzidos pela Cinedistri: "O Fuzileiro do Amor", "O Noivo da Girafa" e "Chico Fumaça". Mas a Cinedistri prometeu transferir par a Cinemateca, todos os originais de suas produções, entre algumas hoje clássicas chanchadas dos anos 50/60.
De cinema, também: Aníbal Massaini Neto é o novo integrante do Conselho de Administração da Embrafilmes. Produtor paulista, filho de Oswaldo Massaini, substitui no cargo o cineasta Arnaldo Jabor. Concorreu ao cargo, derrotado o ex-diretor-geral da Embrafilme, cineasta Roberto Farias. A Embrafilmes, aliás, reformou sua estrutura e a diretoria administrativa é agora diretoria de Operações, com direção de Eduardo Escorel. A ex-Diretoria de Operações Não Comerciais é a diretoria de Assuntos Culturais, dirigida pelo crítico José Carlos Avellar.
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