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Aramis

Chico da Silva, pintor

FORTALEZA (Via Telex) - Se o pintor primitivista Chico da Silva, o mais conhecido nome das artes plásticas do Ceará, fosse o autor de todas as telas que lhe atribuem, seria sem dúvida, o pintor de maior produção em toda a história da arte. Não há um canto em que não existam telas de Chico da Silva para vender aos desavisados turistas, atraídos pelo nome e prestígio internacional que Chico conseguiu nos últimos anos. Na verdade, só mesmo na casa-atelier de Chico, nas proximidades de um kartódromo, e que se pode obter telas ao menos autenticas por Chico, pois, ele próprio admite que alguns de seus 11 filhos, "legítimos, pois os outros eu nem sei quantos são e onde andam", hoje já o auxiliam a produzir os quadros que vendeu a preços que variam de Cr$ 100,00 a Cr$ 500,00 - dependendo unicamente do tamanho, e que no Rio de Janeiro e São Paulo já chegaram a valer mais de Cr$ 1.500,00, hoje, naturalmente com o valor reduzido tal a inflação de trabalhos semelhantes. Moreno, pelos esparsos no rosto, fisionomia cansada, aparentando muito mais do que os 50 anos que afirma ter completado "há poucos dias", Chico da Silva prefere trabalhar de madrugada, "quando não aparece tanta gente aqui em casa". Alcoólatra, sem um esquema regular de trabalho, consegue, entretanto, ainda produzir telas de raro fascínio e colorido magnetismo - cuja cronomatria fantástica entusiasmam principalmente aos estrangeiros - e que, anos atras, agradaram inclusive a Rainha Elizabeth II, da Inglaterra, que possui um de seus trabalhos mais notáveis, de uma fase anterior. Francisco Valdemar Medeiros de Souza, 30 anos, que se declara "sobrinho e ajudante" é quem recebe as pessoas que vão procurar Chico da Silva. a não ser em algumas horas - imprecisas - é impossível encontrar o pintor: ou ele está dormindo, curtindo a ressaca da bebedeira ou saiu, com amigos - gente simples, do povo, a bebericar e prosear pelos botequins das praias próximas. Homem extraordinariamente simples, bondoso, não liga absolutamente para o dinheiro que fatura com seu trabalho e sua fama. Embora, mineiramente seu sobrinho (é uma espécie de marchand-detabaux) Francisco Valdemar não comente o número de quadros vendidos diariamente, observadores estimam, em mais de 20, o que lhe dá, tranqüilamente mais de Cr$ 30 mil por mês. Mas o aspecto da casa é desolador: camas sujas, ausência de móveis, desleixo total. Apesar dos conselhos de amigos, Chico da Silva recusa-se a tomar qualquer providência de ordem legal contra as dezenas de pessoas que falsificam seus trabalhos, vendidos no mercado central no centro de turismo da Encetur ou nas portarias dos hotéis a Cr$ 35,00 e Cr$ 50,00. O mais impressionante é que muitas destas cópias são tão coloridas e vibrantes quanto os originais de Chico. Perguntando-se, então, porque os falsificadores, que se mostram tão habilidosos, não partem para uma criação própria e insistem em copiar as brigas de galos, os ladrões, as corujas e os peixes multicoloridos deste mestre da pintura primitiva brasileira. No melhor estilo de constetação "a Marlon Brando", Jorio Nertal, 35 anos, professor de filosofia pura e psicologia social e autor e diretor do espetáculo "Atrás do homem, anda um bicho", colagem de vários textos clássicos, subiu no palco do Teatro Jose de Alencar, quarta-feira à noite, antes da apresentação de "Pelos caminhos de Minas", e contra os critérios da Federação Nacional de Teatro Amador, que excluiu a possibilidade de seu grupo apresentar-se no Festival Nacional de Teatro Amador, que hoje, sábado, encerra-se aqui em Fortaleza. Depois de muitas discussões, ficou decidido que a segunda região formada pelos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, seria representado com a encenação "Tempo de Espera", experimental espetáculo do maranhense Aldo Leite, sem diálogos. Nerthal, descontente com esta escolha, além da contestação oratória - feita entre vaias e ruídos musicais - ainda decidiu apelar para a justiça, impetrando mandado de segurança, através do advogado Roberto Pontes, cujos resultado ainda era desconhecido no momento em que mandávamos esta comunicação. Com muito bom humor, belíssimas músicas, excelente trabalho técnico, o grupo (ex-Teatro Experimental) de Belo Horizonte apresentou o melhor espetáculo, visto até quinta-feira: "Pelos Caminhos de Minas", escrito e dirigido por Jota Dangelo, há 22 anos ligado ao teatro amador e presidente da Fenata. Auto-satirizando hábitos e costumes de Minas, intercalando de textos históricos - no capítulo da liberdade, falou do Felipe dos Santos ao invés da Inconfidência Mineira - "pelos caminhos de Minas" e um espetáculo que, na opinião dos críticos reunidos em Fortaleza. Tem condições - e merece - ser visto em qualquer ambiente profissional, tal seu bom gosto e inteligência. Um exemplo de teatro regional - didático, com coisas da terra, numa linha ampliada o que foi - em termos paranaenses - "Cidade sem portas" e "Paraná, terra de todas as gentes", da dupla Adherbal Fortes - Paulo Vítola. Já adaptação que Claudio Barradas, do Teatro Universidade Federal do Pará fez do poema "Cobra Norado", escrito pelo diplomata, Raul Bopp, 77 anos, em 1931, dividiu a platéia mais um espetáculo de expressão corporal e iluminação, a encenação do grupo paraense foi cansativa, principalmente pelo desconhecimento, por parte da maioria da platéia, do belíssimo poema de Raul Bopp, com aproveitamento livre de temas e lendas da primitiva imaginação amazônica, particularmente da lenda paraense da Cobra Norato, cobra-d'água que, a noite, costuma se transformar em rapaz a fim de ir dançar nas festas de beira-rio. Dentro de algumas semanas uma das maiores industrias de móveis do Sul - a Kastrup. Estará inaugurando sua nova loja em Fortaleza, na Rua Floriano Peixoto. O decorador Paulo José Valente e o executivo Almiro Hess, diretor de vendas, passaram uma semana acertando os detalhes de decoração e instalação da nova filial da organização de Gustavo Kastrup. Sábado viajaram para Brasília, onde também está redecorando sua loja - dentro de uma programação de consolidar sua imagem junto a mais de 400 pontos de vendas do País. Na inauguração da loja Kastrup em Fortaleza talvez seja realizada uma coletiva de artistas paranaenses, sendo, de princípio, lembrados os nomes de Álvaro Borges, Ivens de Jesus Fontoura, Marcia Simões - que está agora expondo na Galeria Acaiaca - e Suzana Lobo, como dos mais representativos da nova geração de artistas paranaenses. LEGENDA FOTO 1 : Gustavo Kastrup LEGENDA FOTO 2 : Suzana Lobo LEGENDA FOTO 3 : Álvaro Borges
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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Tablóide
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15/11/1975
trabalho com o neto do chico da silva,o gerardo silva e por incrivel que pareça o neto pinta com mesmo estilo e dedicação de seu avô. quero tentar impulsionar a carreira desse grande pintor primitivista/naif gerardo silva,como faço para divulgar seus trabalhos expor suas obras de arte e vende-las. alguêm poderia me ajudar nesse sentido.no momento agradeço. mande me um e-mail para mim. guedeshow@ibest.com.br
quero conhecer a obra do artista . deste ou de outros da região .
tenho telas naif..se quiser conhecer meus trabalhos me adiciione,,,, elvislenno@hotmail.com

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