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Aramis

De como um tapume poderá valorizar visual da rua

Transformar os tapumes de obras em espaços para a criatividade em termos de artes plásticas é uma iniciativa que vem desde o início dos anos 70, quando o arquiteto Jaime Lerner assumiu a Prefietura e iniciou um programa na área. E nesta época em que porcolinos da política insistem em poluir visualmente a cidade, não há tapume que resista a sanha destruidora dos maus políticos. Por isso, louve-se a iniciativa de quem busca salvar espaços para fins mais nobres. Um exemplo foi o apoio que os empresários Zalmen Chamecki, Arom Galperim e Moisés Berger, da Zam Empreendimentos, deram a feliz idéia levada pelo arquiteto Rafael Dely: reservar o grande tapume de 36 metros, que circula as obras do edifício Royal Gardens, para que os estudantes de belas artes possam desenvolver um grande painel artístico. xxx O mais sofisticado (ou, no mínimo, um dos mais) empreendimento imobiliário da cidade, com 20 andares e apartamentos de mil metros quadrados, o Royal Gardens está em obras na Avenida Getúlio Vargas. Pela característica do edifídio, sua construção se estenderá por mais de um ano e assim o tapume que o cerca estaria condenado a servir para mensagens e propaganda não autorizadas. Para evitar isto, Rafael e os arquitetos associados ao projeto - Zenon Pasch e Ricardo Pereira - bolaram um painel a ser desenvolvido pelos estudantes de belas artes. Três projetos foram propostos e a equipe que teve a idéia aprovada terá todas as condições para cirar a obra, com total cobertura das despesas por parte da construtora. xxx O painel será executado dentro de algumas semanas, tão logo seja concluída a movimentação de terra na área em que estão sendo feitas as fundações. Pela dimensão do tapume e sua excelente localização - defronte a Sociedade Água Verde - se constituirá, num atrativo visual - e um exemplo para outras construções. Aliás, o projeto que Dely, Zenon e Pereira elaboraram para o Royal Gardens foi dos mais felizes, provando que a construção de um edifício não exige, obrigatoriamente, a destruição do patrimônio existente. Assim, o prédio teve sua construção recuada, preservando-se uma bela casa de alvenaria - e que será uma espécie de clube para os proprietários dos apartamentos, aliás todos já vendidos - inclusive a cobertura, adquirida pela viúva do banqueiro Edson Vieira.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
16/07/1986

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