Depois de Fortaleza, para aonde irá o VII FestRio?
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de dezembro de 1989
Fortaleza - Na manhã de domingo, no burburinho de personalidades nacionais e estrangeiras que, no lobby do Imperial Othon, preparavam-se para embarcar para diferentes destinos, uma pessoa estava particularmente feliz: Nei Sroulevich, diretor executivo do FestRio. Além desta sexta edição ter sido a mais bem organizada de todas, a repercussão foi tão positiva que já se falava em três Estados que estariam dispostos a sediar o próximo FestRio, se prevalecer o critério da mostra continuar circulante: São Paulo, Minas Gerais e - apesar da distância - Amazonas. Se depender da vontade de Violeta Arraes Gervaiseau, secretária da cultura - e principal responsável pelo deslocamento do evento para o Ceará, Fortaleza fica com o sétimo festival.
Previdentemente, Nei Sroulevich - a cuja competência se deve a continuidade do FestRio, mesmo enfrentando dificuldades imensas (como no ano passado) preferiu não anunciar onde será o próximo evento. O importante é que deverá acontecer, já que o prestigiamento de nomes internacionais - embora não obrigatoriamente superstars, a boa seleção de 120 filmes e 160 horas de vídeo e programas de televisão vindos de 60 países, paralelamente a seminários, mercado (cinema e vídeo) e outros segmentos que fazem do FestRio merecer a expressiva classificação de categoria "A" - ou seja, do mesmo clube do qual fazem parte cinco outros dos maiores festivais do mundo: Cannes, Berlim, Moscou, Montreal e Veneza. O estabelecimento de um pólo cinematográfico em Fortaleza - encampado pelo governador Tasso Jeraissati - e a preocupação de dar a produção audiovisual - cinema, vídeo, programas para televisão etc. - um sentido cada vez mais profissional, fizeram com que o deslocamento do FestRio para Fortaleza atingisse plenamente os seus objetivos. Editoriais em jornais locais - como o "O Povo"- bem como a lamentação que o "Jornal do Brasil", fez domingo, em sua página editorial ("Crise de Identidade"), criticando que a Cidade Maravilhosa, perdesse, depois da Fórmula I, também o FestRio, foram outros reflexos da seriedade atingida pelo Festival Internacional de Cinema, Vídeo e Televisão, criado em 1984 e que incluiu o Brasil no roteiro dos maiores eventos do gênero.
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