Elomar, show extra
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de maio de 1980
Quem foi ao Paiol no sábado teve oportunidade de assistir um espetáculo único: além de Dércio marques houve a participação especial de Elomar Figueira de Mello, Shangay e o compositor-letrista José Carlos Jatobá, os três baianos, que haviam viajado toda a tarde, de Londrina a Curitiba, especialmente para estar com os irmãos Marques à noite. E apesar do cansaço - na sexta-feira, Elomar e Shangay fizeram um aplaudido show no cine-teatro Ouro Verde - deram um extraordinário vigor que fez o público presente no Paiol aplaudir entusiasticamente. No domingo, Elomar e Shangay retornaram a Vitória da Conquista, após uma semana de presença entre nós. Antes de viajar, Elomar comentava que realmente foi uma felicidade não ter havido público e condições para o seu anunciado show no << teatro das ruínas >> no Alto do São Francisco. << Em toda minha vida nunca cantei ao ar livre, pois a minha música exige atenção e não é de fácil comunicação >>, dizia confirmação aquilo que, há quase um mês já colocavamos neste espaço.
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Um dado para comprovar a importância da obra de Elomar: quarta-feira, Elomar foi procurado pelo professor Leopoldo Scherner, diretor do Centro de Ciências Humanas da Universidade Católica do Paraná, 11 livros publicados, que há muito tempo vem estudando as suas letras, em seu significado mais profundo da influência ibérica e relacionamento com a cultura do Interior do Nordeste. tanto << ... Das Barrancas do Rio Gavião >> (Philips, 73) como << Na Quadrada das Águas Perdidas >> (1979, produção independente, agora reeditada por Marcus Pereira), impressionaram ao professor Scherner, professor de português e literatura, e que acaba de publicar um novo livro, << Luís de Camões, a Vida e a Obra >> (177 páginas, edição patrocinada pela comissão do 4.º centenário de Camões). E tão logo disponha de tempo, o professor Scherner quer fazer um estudo profundo das letras e temas de Elomar, que também vem merecendo um cuidadoso trabalho de pesquisa por parte do professor Ernani Maurício da Costa Figueiredo, do Rio de Janeiro. Ernani e sua esposa, Adeline Clementine, estiveram em Curitiba na semana passada, tratando com Elomar de detalhes do << Auto da Catingueira >>, trabalho musical-dramático que Elomar realizou em 1969, mas que só agora será integralmente gravado em álbum duplo - e com uma possível encenação no palco.
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