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Aramis

As explicações da professora Leila

A professora primária Leila Maria de Abreu Pugnaloni, carioca, 28 anos, formada em História da Arte e Desenho no atelier livre do Museu Alfredo Andersen (1976/77) e que também frequentou a Escola de Música e Belas Artes do Paraná (1978/80), nos procurou para explicar a sua participação no projeto desenvolvido durante o mês de outubro no Centro Juvenil de Artes Plásticas. Convidada pela sra. Titon, diretora do Museu de Arte Contemporânea, a professora Leila Pugnoloni coordenou trabalhos com as crianças que frequentam o Centro de Arte que funciona no porão da Biblioteca Pública - e os resultados estão sendo expostos no MAC, desde o último dia 10. Em comentário aqui publicado estranhamos - baseados em informações dignas de crédito - os métodos que a professora Leila usou para "desinibir" as crianças e "obter melhores resultados artísticos". Dizendo que tem conhecimento de dança e expressão corporal - "fui aluna de Milena Morozowicz" - Leila nega que os exercícios desenvolvidos com as crianças no CJAP possam ter "acarretado riscos". Reconhece, entretanto, que "todas as aulas foram aplicadas partindo do princípio que o processo criativo na criança deve abranger um todo como, por exemplo: percepção rítmica, expressão oral, corporal, gráfica, sociabilidade, concentração, etc... Por isso, como introdução a cada proposta de atividade plástica do dia foram utilizados exercícios de psicomotricidade envolvendo também a dança e o relaxamento com o objetivo de estabelecer o nível de interesse e concentração necessáio ao desenvolvimento de um processo criativo". xxx A professora Pugnaloni diz que haverá um debate (quando? não menciona a data) no Museu de Arte Contemporânea para discutir o projeto desenvolvido. Com um curriculum em que se destaca a participação em coletivas e a frequência em cursos de gravuras em Curitiba e Rio de Janeiro e um de desenho em Nova Iorque (com Marshall Glasier, no The Art Students League, 1982), a professora Pugnaloni apresentou seu projeto à direção do MAC, para participar da programação "Artistas Plásticos no Centro Juvenil". Salientou em seu projeto quatro objetivos para "oferecer situações em que as crianças possam vivenciar: a) experiências com diferentes materiais gráficos; b) contatos com suportes encontrados na Natureza e na cidade; c) exercícios que relacionem expressão gráfica e corporal; d) exercícios envolvendo a síntese visual da forma". xxx Simpática e honesta a preocupação da professora em explicar o seu projeto - que, na opinião de pessoas que assistiram o seu desenvolvimento, trazia alguns aspectos preocupantes. Não nos cabe julgar os méritos do projeto e apenas, cumprindo uma função jornalística, publicarmos as dúvidas levantadas. A professora Pugnaloni trouxe seus esclarecimentos. Quanto as demais perguntas a diretora do MAC, sra. Titon parece preferir o silêncio.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
20/11/1984

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