GENTE
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de fevereiro de 1973
Existe público no Brasil para grandes espetáculos internacionais? Esta resposta pode ser respondida, com pleno conhecimento de causa, pôr Walter Santos Filho, diretor da Aules - Produções Artísticas e atualmente um dos dois únicos empresários brasileiros a movimentar as temporadas artísticas da Guanabara e São Paulo com concertos, apresentações de bale e espetáculos de jaz. Representante no Brasil de Alesandro Sztrnfeld o maior empresário artístico da América do Sul, sediado em Buenos Aires, Walter veio a Curitiba procurar estender também ao Paraná os roteiros dos espetáculos que trará este ano ao Brasil. Com seus amigos Eduardo-Henriqueta Garcez, dirigentes da Pró-Música de Curitiba, já esquematizou um grande esquema que tornara possível ao nosso público assistir vários espetáculos de alto nível, inclusive o Juliard Quarteto e o Trio de Trieste. Já mais difícil é a apresentação em Curitiba dos dois grandes espetáculos de jazz que serão apresentados em junho e setembro, respectivamente, na Guanabara: Bili Evans Trio e Modern Jazz Quartet. Carioca, 35 anos, ex-dirigente da Pró-Arte, Walter Santos é funcionário do Governo da Guanabara (responsável pelo setor do Imposto Sobre Serviço) e há apenas 3 anos começou a empresar grandes espetáculos, a convite de seu amigo Sztrnfeld que lhe deu um lucro de Cr$ 80 mil - mas também sofrido grandes prejuízos, tanto com musica sinfônica (a orquestra da Rádio e Televisão Francesa) como com concertos de jazz (Cannonbal Adderley no ano passado) - "O público é uma incógnita e a profissão de empresário artístico é um constante trapézio sobre uma jaula de jacarés famintos".
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