Gibis valem milhões para quadrinhólogos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de novembro de 1985
Edson Bueno, 27 anos, curitibano do Xaxim (com longa vivência em Campinas), ex-militar, ator, diretor e dramaturgo mas que para sobreviver é funcionário da Fundação Cultural, responsável pela Gibiteca, entusiasmou-se ao saber que há dois anos no Rio de Janeiro funciona o Clube do Gibi. Como profissionalizante está ligado ao mundo dos quadrinhos, Édson já está contactando os fanáticos colecionadores cariocas, que possuem coleções das mais valiosas.
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A Gibiteca, instalada há 6 anos no edifício da galeria Schaffer, tem o acervo aumentado, através de doações, mas está longe, ainda, de equiparar-se às grandes coleções dos quadrinhólogos apaixonados, como Waldo Vieira, carioca, considerado o maior colecionador da América Latina e que, vendendo apenas 10 de seus milhares de exemplares, faturou o suficiente para fazer uma volta ao mundo. Natalício Zarranz, aposentado, residente em Niterói, tem 30 mil revistas, enquanto Waldo Vieira, com revistas de 22 países, guarda parte delas na caixa forte de um banco.
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Alguns exemplares históricos de publicações em quadrinhos chegam a valer milhões de cruzeiros. Por exemplo, os almanaques do gibi, de "São João" e do "Globo Juvenil", ambos de 1942, oscilam entre 1 a Cr$ 2 milhões. O Gibi Mensal, número 100, de janeiro de 1940, o primeiro a apresentar histórias completas em quadrinhos, chega a Cr$ 3 milhões, assim como o Almanaque do Lobinho (dezembro/42).
Portanto, um recado a avós e mães que eventualmente possam encontrar velhas revistas de quadrinhos, deixadas pelos filhos e netos, em sotões empoeirados: antes de destruir esse material, telefonem para o Edson, na Gibiteca, que ele está buscando também preciosidades para a nossa biblioteca especializada em quadrinhos.
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