Imprensa paranaense, a história a ser contada
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 31 de agosto de 1990
A memória de elefante de Freitas Neto, seu humor - é famoso por seus trocadilhos inteligentes - e, sobretudo, o fato de ter vivido desde a juventude o jornalismo no Paraná, o faz uma das poucas fontes para, ao vivo, desenvolver um projeto que há muito já deveria ter sido encarado seriamente pela Secretaria da Comunicação: a história da nossa imprensa.
Com exceção de um modesto trabalho do professor Oswaldo Pilotto, 90 anos, que possui também uma única coleção dos primeiros números da maioria dos jornais editados no Paraná neste século - a bibliografia sobre a imprensa é da maior pobreza. Em termos de consulta, uma das poucas referências é o levantamento cronológico que a jornalista Rosy de Sá Cardoso fez, há 24 anos, para "A História do Paraná" (edição Grafipar), mas também há muito esgotada.
Desafio a espera não de trabalhos isolados, mas, sim, de um projeto em equipe, capaz de ouvir todas as pessoas ainda vivas que tiveram relação com nosso jornalismo, pesquisas em coleções (raríssimas, todas em estado precário) de jornais, revistas, semanários, etc., e levantamento de dados paralelos, a história dos veículos, homens & fatos que a partir de "O Dezenove de Dezembro" fizeram a imprensa, aguarda, com urgência que se faça algo de concreto. Mesmo com um pequeno período ainda no comando da Secretaria da Comunicação, o jornalista Mussa José Assis, 47 anos, 28 de jornalismo, poderá desenvolver um programa que, independente da mudança da guarda do poder, possa ser desenvolvido por uma equipe profissional, capaz de fazer com que - a exemplo de outros estados - o Paraná possua também uma documentação fértil, acessível e sobretudo didática sobre o nosso jornalismo.
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