Indicações e indicados para o muito desejado titio Oscar
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de março de 1990
Um dos aspectos mais questionados do Oscar é, justamente, o critério de votação. Pelo próprio fato de tanto as indicações como a escolha final ser feita pelos membros da instituição - hoje ao redor de 5 mil membros (em 1986, eram 4.744), entre profissionais do cinema, a premiação adquire um sentido diferente dos que existem em outras promoções internacionais - sejam escolhas dos críticos, dos júri de festivais ou mesmo de premiações na televisão (Emmy) ou música (Grammy).
Como a associação na Academia é vitalícia, é plausível presumir que a média de idade de seus membros seja avançada, o que tem valido acusações de conservadorismo na premiação. Como salienta Emmanuel Levy em "The Winner Is", a diferença de idade entre os membros mais velhos e aqueles que estão ativamente envolvidos na realização de filmes (roteiristas, diretores, atores) indica um hiato de geração que, entre outras coisas, tem implicações na estética do cinema. Pode-se argumentar que a idade avançada da média dos membros os torne (a ele ou a ela) menos competentes ou pelo menos atualizados com o desenvolvimento recente do cinema, prejudicando assim o julgamento da qualidade dos filmes, que antes de tudo, é o propósito oficial do Oscar. Em segundo lugar, devido à idade cada vez menor dos freqüentadores de cinema, nos Estados Unidos, a diferença de idade entre eles e os membros da Academia é imensa. Assim, pelo menos a diferença de uma geração prevalece entre a média dos membros e dos produtores em atividade.
É bem verdade que a média de idade dos membros da Academia diminuiu na última década: muitos membros morreram ou se aposentaram e foi admitida uma geração mais jovem, de artistas e técnicos de cinema. O que, significou, um relativo rejuvenescimento, inclusive nas indicações. Mas nem por isto, filmes dedicados à faixa de adolescentes - na (re)conquista de um público que estava sendo marginalizado, foram lembrados ou premiados nos anos 80.
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Uma curiosidade que sempre merece destaque: os artistas que conseguiam obter maiores números de indicações à premiação?
Respondendo, o autor de "The Winner Is" lembra que as indicações foram sempre concentradas em um grupo relativamente pequeno de atores. Na verdade, um quinto dos melhores atores e atrizes obtiveram mais de 4 indicações. Entre aqueles indicados quatro vezes estavam Barbara Stanwyck, Rosalind Russel, Jane Wyman, Charles Boyer, Mickey Rooney e Anthony Quinn. Um grupo menor de atores de destaque, que inclui Irene Dunne, Audrey Hepburn, Frederic Mech, Paul Munir e Arthur Kennedy obteve cinco indicações.
O topo da pirâmide dos indicados da Academia é composto de atores com seis ou mais indicações. Esta elite de destaque e, no entanto, pequena, com apenas 15 artistas.
1) Com seis indicações, Thelma Ritter, Deborah Kerr, Paul Newmann, Jane Fonda e Meryl Streep;
2) Com 7 indicações, Marlon Brando, Richard Burton e Peter O'Toole;
3) Com 8 indicações, Jack Lemmon, Jack Nicholson e Geraldine Page;
4) Com 9 indicações, somente Spencer Tracy;
5) Com 10 indicações, Bette Davis e Laurence Olivier;
6) Com 11 indicações - e campeoníssima - Katherine Hepburn
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Nos anos 80, as artistas mais indicadas foram Meryl Streep (de 1978 a 1983, mais 1985) e Jessica Lange (1982, 1984 e 1985) e que, este ano, volta a concorrer pelo filme "Music Box", de Costa-Gavras.
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