Segredo, tempero maior do negócio
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de março de 1990
Um dos aspectos que fazem do Oscar uma festa com o maior fascínio está justamente no segredo que cerca o nome do vencedor - fórmula que ao longo dos anos tem sido copiada, ou ao menos tentada, em centenas de outras promoções - desde pastiches regionais (como o troféu Gralha Azul, promovido em Curitiba e que realizado há uma semana não teve nenhuma repercussão, sequer na imprensa) até a tentativa que a Golden Metais fará agora, com a criação de premiações para cinema, televisão e teatro - com votos recolhidos de críticos de vários estados (inclusive o redator desta coluna) entregues até o último dia 20.
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A Price Waterhouse and Company, uma das mais conceituadas firmas de consultoria dos Estados Unidos, é quem faz as aferições das premiações desde 1936. Durante os primeiros doze anos, os resultados da contagem final eram liberados para a imprensa antes da entrega dos prêmios, para coincidir com o último prazo dos jornais, mas as notícias tinham que ser retidas até às 23 horas. Em 1940, entretanto, quando um jornal revelou em sua primeira edição a vitória de "... E o Vento Levou" esta sistemática foi abandonada. Assim, a partir de 1941, tiveram início os envelopes lacrados, só abertos na hora final. E as medidas são rigorosas: os votos são tabulados por um grupo de, no máximo, três pessoas na Price and Waterhouse, que ficam trancadas em um aposento de contagem. Os votos são contados em cada categoria, mas só são totalizados no dia da entrega dos prêmios. Os envelopes lacrados são preparados em duplicata. Uma cópia de cada fica em poder de um funcionário autorizado da Price and Waterhouse, que os entrega em mãos aos responsáveis pela cerimônia de entrega do Oscar. O outro envelope fica com outro funcionário sentado na platéia, que funciona como reserva para o caso de o primeiro não chegar a tempo ao programa. Até hoje isto não se fez necessário.
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