Login do usuário

Aramis

A noite (há 40 anos) em que a noviça rebelde cantou aqui

Embora na época em que estiveram em Curitiba os Trapp já tivessem feito centenas de concertos somente nos EUA e gravado dezenas de 78 rpm (o elepê só começaria a aparecer no final de 1950), o grupo ainda não havia se tornado conhecido internacionalmente. Em 1948, a baronesa Maria escreveu a "The Story of the Trapp Family", que, seis anos depois seria transposto numa produção cinematográfica alemã. O filme faria grande sucesso no Brasil e quando lançado em maio de 1958, no cine Marabá (hoje Bristol) permaneceu três meses em cartaz. Mas seria no ano seguinte, que os Trapp se tornariam realmente famosos - época em que o grupo já havia sofrido várias mudanças e começando a reduzir suas apresentações. Richard Rodgers(1902-1979) e Oscar Hammerstein II (1895-1960) estreariam, em 16 de novembro de 1959, no Lunt-Fontaine Theatre (Broadway, New York), "The Sound of Music", com direção de Vincent J. Donehue e cujo elenco incluía nomes famosos como de Mary Martin, Theodoro Bikel, Kurt Kasznar e Brian Davies. Ali nasciam canções como "My Favorit Things", "Do Re Mi", "So Long Farewell" e 9 outros hits que permanecem até hoje entre os limelights broadwinianos. Em 1965, viria a consagração total: depois de ter provado sua competência no musical em "Amor Sublime Amor" (West Side Story, 1961), Robert Wise, partiria para a adaptação cinematográfica de "The Sound Of Music" (No Brasil "A Noviça Rebelde"), que quase repetira o feito de "West Side Story" (dez Oscar): recebeu 9 indicações e ganhou 5 Oscars: filme, direção, montagem (William Reynolds), trilha sonora adaptada (Iirvin Kostal), som - perdendo nas categorias de atriz coadjuvante (Peggy Wood: a vencedora foi Shelley Winters por "Quando Só o Coração Vê/A Patch of Blue"), fotografia em cores (Ted MacCord; o vencedor foi Freddie Young por "Dr. Jivago") e direção de arte (perdeu "Dr. Jivago"). xxx O roteiro de Ernest Lehman embora glamorizando a história, manteve-se fiel: começa com a noviça Maria na Abadia de Nonberg, na Áustria, que adora cantar nas montanhas e que é destinada a ser governanta na mansão da família Von Trapp, cujo chefe, o barão Georg (Christipher Plummer), trata os filhos como se fossem seus antigos subordinados na Marinha. Os meninos(nas) são sapecas, mas a doce noviça os conquista com a música. O barão se apaixona por ela, apesar de estar noivo da baronesa Elsa Schraeder (Eleonora Parker). O filme, termina com a família fugindo da Áustria quando chegam as tropas de Hitler. xxx A peça "The Sound of Music" ficou quatro anos em cartaz na Broadway na produção de Howard Lindsay e Russel Crouse (1443 encenações) e contratualmente foi proibida sua filmagem durante esta época (*). Mas a Fox havia comprado os direitos por um milhão de dólares e quando o espetáculo encerrou a primeira temporada, iniciou a produção, executivamente entregue a Saul Chaplin e utilizando o então novo sistema Todd-Ao. William Wyler (1902-1981) chegou a iniciar o filme e os papéis centrais seriam destinados a Doris Day (Maria), Jeanette MacDonald (abadessa) e Hedy Lamarr (baronesa). Atrasos no início das filmagens afastaram Wyller (que foi fazer então "O Colecionador") e a inglesa Julie Andrews (que nunca tinha feito cinema), então com 30 anos, foi escolhida para o papel central. Wise levou 60 pessoas para filmar em Salzburgo - que até hoje explora os locais em que foram feitas as filmagens como uma de suas atrações turísticas. Ali, as locações se estenderam por 10 semanas em 1964. Maria Trapp visitou as filmagens e apareceu como extra, numa cena. Com um custo (alto para a época) de US$ 8 milhões, o filme bateu o até então invencível campeão "E o Vento Levou": só em 65 arrecadou US$ 60 milhões apenas nos EUA e Canadá. Em 1979, continuava a ser um campeão: estava em sexto lugar entre os mais vistos do mundo - o que agora cresceu mais com seu lançamento em vídeo e constantes reprises na televisão. Nota (*) "The Sound of Music" teve vários revivais nas principais cidades do mundo, inclusive no Rio de Janeiro.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
09/05/1991

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br