No dia 26, a entrega do "Grammy" nacional
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de maio de 1987
A intenção é manter os resultados no mais absoluto sigilo, no melhor estilo do Grammy e do Oscar. Assim, o diretor do Instituto Paulista de Pesquisas de Mercado, Antonio Leal de Santa Inês, está supervisionando com o maior cuidado a votação final para a entrega do Troféu Villa-Lobos, na promoção da Associação Brasileira dos Produtores de Discos. Ao ser instituída, em 1974, O Troféu era apenas para os que vendiam mais discos, mas neste ano, além dos campeões comerciais, haverá também premiações de qualidade. Para tanto, 70 jornalistas, pesquisadores, radialistas, profissionais de TV e publicidade (incluindo este colunista) encaminharam seus votos. Inicialmente, tal como no Oscar, houve cinco nomiações - e, agora, o grande júri apontou um nome em cada categoria.
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A festa de entrega do Troféu Villa-Lobos será no dia 26, terça-feira, no Clube Itanhangá do Rio de Janeiro, premiando 33 profissionais que se destacaram durante o ano de 1986 na produção fonográfica brasileira.
O Prêmio Nacional do Disco voltou devido ao reaquecimento do mercado no ano passado, e por iniciativa do presidente da APPIF, João Carlos Mueller, além dos grandes vendedores, também a qualidade musical será premiada, dividindo-se nas seguintes categorias: MPB, regional, samba, rock, erudito e vídeo. Em cada categoria haverá premiação para cantor, cantora, revelação, disco, letrista, compositor, arranjador, produtor, projeto gráfico e intérprete. Para realizar esta promoção, a Associação Brasileira dos Produtores de Discos está investindo Cz$ 2 milhões. O presidente da entidade, João Carlos Mueller, acha que compensa:
- "O prêmio trará repercussões bastante favoráveis para a indústria. Depois da crise que afetou o mercado até o ano de 84, pensamos em voltar com o prêmio, desde que a classificação fosse mais abrangente. Com isso, iniciamos os estudos para classificação e acreditamos que valorizaremos não só a indústria, mas também os artistas. Pretendemos tornar esse Troféu Villa-Lobos o mais cobiçado prêmio para qualquer artista ligado ao setor musical.
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Como a premiação é restrita a discos-lançamentos pelas gravadoras associadas - e que fizeram suas próprias indicações prévias - muitos trabalhos de alto nível artístico acabaram ficando de fora. É o caso, por exemplo, do álbum "Luz e Esplendor", com Elizeth Cardoso (etiqueta Arca), que não foi indicado. Em compensação, há surpresas.
Os candidatos ao Prêmio Vila Lobos 86, na escolha da qualidade, são os seguintes. Melhor cantor: Caetano Veloso, Djavan, João Bosco, João Gilberto e Nelson Gonçalves. Melhor cantora: Eliete Negreiro, Maria Bethânia, Marina, Nana Caymmi e Zizi Possi. Revelação de cantor: Cláudio Zeli, Kiko Zambianchi, Leo Jaime, Luis Caldas e Missinho. Revelação de cantora: Bebel Gilberto, Dulce Quental, Leila Pinheiro, Tânia Alves, Verônica Sabino; melhor compositor: Caetano Veloso; Djavan, João Bosco, João Donato e Marina; melhor disco instrumental - "Vou Vivendo" (Clara Sverner/ Paulo Moura); "Alma" (Egberto Gismonti); "Leilíadas" (João Donato); "Pindorama" (Pau Brasil) e "Preto e Branco" (Wagner Tiso); melhor disco infantil: Os Abelhudos, "No Mundo da Criança" (Gretchen, Carequinha e outros); "A Turma do Balão Mágico" e "Xou da Xuxa", melhor letrista: Antônio Cícero, Caetano Veloso, Cazuza, Chico Buarque e João Bosco; melhor arranjador: Cesar Camargo Mariano, Egberto Gismonti, Dori Caymmi; João Donato e Wagner Tiso; melhor projeto gráfico: "Bom Tempo" (diversos artistas) (autor: Elifas Andreato); Egberto Gismonti: "Alma" (autores: Milton Montenegro e J.C. Mello); João Gilberto, "Live at 19th. Montreaux Jazz Festival" (autor: Silvia Panella), João Donato: "Leilíadas" (autores: Luiz Pizarro/Silvia Panella); Evandro Mesquita: "Evandro" (autores: Jorge Barrão/ Luis Zerbini/ Milton Montenegro); melhor produtor: Liminha, Mairozinha Rocha; Mayrton Bahia; Mazola e Rildo Hora; melhor produto: "Alma" (Egberto Gismonti); "Live at 19th. Montreaux Jazz Festival" (João Gilberto), "Preto e Branco" (Wagner Tiso); "Todas ao Vivo" (Marina) e "Totalmente Demais"(Caetano Veloso).
Conjunto de obra: Caetano Veloso, Egberto Gismonti, João Bosco, João Gilberto e Milton Nascimento.
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