O bom som de Tarik
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de setembro de 1983
Dentro de jornalismo musical, Tárik de Souza é hoje o nome mais conhecido.
Através do "Jornal do Brasil", "Veja", "Som 3", textos produzidos para várias séries de fascículos - entre outros veículos nacionais Tárik se tornou o profissional mais respeitado na área. Dono de um texto primoroso, arguto repórter, crítico imparcial. Tárik dignificou a informação musical nos 15 anos em que vem tendo urna atuação regular. Personalidade independente, incapaz de envolvimentos pessoais, mantendo o distanciamento necessário ao seu trabalho. Tárik pode fazer de suas reportagens, críticas e ensaios (especialmente os produzidos para os fascículos da editora Abril) capítulos indispensáveis para a bibliografia da MPB - que embora tendo crescido nos últimos anos é, infelizmente, ainda reduzida. Felizmente, Tárik tem selecionado o melhor desta sua produção para indispensáveis volumes - evitando, assim, que e tenha que manter em arquivos, os recortes das amarelecidas páginas de jornais em que foram publicados. Há 4 anos, "Rostos e Gestos da MPB" (L&PM, Porto Alegre) com ilustrações do paranaense Elifas Andréato, trazia uma série de perfis que Tárik elaborou nos anos 70 para a série "Histórias da MPB" da editora Abril. Agora, pela mesma L&PM, temos "O Sem Nosso de Cada Dia" (201 páginas, Cr$ 2.900.00) - título da coluna que Tárik manteve por muito tempo no segundo caderno do "Jornal do Brasil".
Somando textos produzidos para o JB aos trabalbos mais longos, produzidos para a nova série de fascículos editados pela Abril e colaborações na revista "Som Três" temos urn volume absolutamente indispensável a todos que se interessam pela música brasileira. A argucidade de Tárik como desenvolve os approach dos artistas focalizados, fazern com que as materías se mantenharn atualizadas passados anos.
Assim, nas páginas deste livro estão importantes textos de artistas de várias gerações: Lupicinio Rodrigues, Ary Barroso, Chico Buarque, Rita Lee, Moraes Moreira, Torquato Neto, Ney Matogresse, Luiz Gonzaga, Nelson Gonçalves, Hermeto Paschoal, João Gilberto, Moreira da Silva, Dorival Caymmi, Geraldo Vadré, Nara Leñe, Joyce, Rolando Boldrin, Eli5 Regina, Alceu Valenqa, João Bosco, Silas de Oliveira, Mano Décio, Ivone Lara, Paulinho da Viola. Copinha, Gil, Caetano, Martinho da Vila, Erasmo Carlos, Nelson Sargento, Macalé, Clara Nunes, Vinicius de Moraes. Egberto Gismonti e o londrinense Arrigo Barnabé (cuja análise encerra o volume). Temas mais abrangentes como o erotismo na MPB, o disco independente, os pagodes do samba, o movimento punk, a nova jovem guarda, a discotheque também ocupam muitas páginas. Enfim, um trabalho jornalístico do mais alto nível, enfaixando a excelente produção deste exemplo de jornalista e crítico - no lado do sensivel poeta, como mostrou em seus dois emocionantes livros ("E Esse Nó no Peito", 78; "Autópsia em Corpo Vivo". 79).
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