Uma revista para a música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de novembro de 1974
Jornalista especializado, Tárik de Souza, disc-review de "Veja", "Jornal do Brasil", "Opinião", "Pasquim" e "Pasquim", vinha há mais de três anos pensando em lançar uma revista capaz de preencher uma lacuna na Imprensa brasileira: informações e críticas exclusivamente sobre músicas, atingindo, atingindo uma imensa faixa de leitores. Insatisfeito com a falta de uma publicação de gabarito e espelhado em exemplos internacionais ("Down Beat", "Cahiers du Jazz", "Music & Musicans") Tarik montou vários esquemas, inclusive um que possibilitaria o surgimento de uma nova etiqueta - destinada a fazer gravações historicamente importantes, com [grandes] figuras da MPB esquecidos pelos recordmen das fábricas comerciais (um exemplo Donga, Ernesto dos Santos - 1891 - 1974) que nunca chegou a fazer um lp, documentando suas músicas). Agora, finalmente, Tarik associou-se a algumas colegas e apesar de uma concessão comercial compreensível para garantir a rentabilidade necessária ao projeto sai "Rock - A História e a Glória", que apesar de uma concessão comercial compreensível para garantir a rentabilidade necessária ao projeto sai "Rock - A História e a Glória", que apesar de aparentemente, pelo título, dirigir-se apenas a faixa alienada de consumidores de [música] pop, trará - e isto que é importante - um jornal, tablóide, quatro páginas de início, que é chamado "Jornal de Música e Som", e o primeiro órgão brasileiro independente do setor, escrito pelos melhores jornalistas, com [três] colunas fixas de Ezequiel Neves (Jornal da Tarde, SP; revistas Pop e Rolling Stone), Ana Maria Bahia (Opinião) e o [próprio] Tarik.
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Desde a histórica lendária e raríssima "Revista da Música Popular", editada no início dos anos 50 por Lucio Rangel e reunindo colaboradores a nível de Vinicius de Moraes, Sergio Porto, Almirante e outros, foram poucas as tentativas editoriais no campo de criar uma revista de música popular. Nos últimos anos, como crescimento da música pop, houve uma frustada experiência editorial de uma edição brasileira de [tablóide] "Rolling Stones", que acabou em prejuízos para os profissionais que com ela colaboraram. Também as gravadoras maiores (Continental Odeon) abandonaram os custosos projetos de horse-organs (distribuídos nas lojas de discos) promocionais de seus artistas e, a mais recente [experiência], é a tentativa de uma edição brasileira da "Circus", revista inglesa de [música] pop, que apareceu em seu número zero, em forma de [tablóide].
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