Rotary-Oeste tem (sem traumas) oito mulheres
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de abril de 1991
Nem todos os rotarianos são machistas ao ponto de preferirem afastar-se do clube ante a "ameaça" de admissão de companheiras do sexo feminino. Ao contrário, o segundo dos Rotary Clube fundado em Curitiba - o Oeste, criado em 18 de fevereiro de 1958 - conta hoje já com oito mulheres e, "se dependesse de minha visão, gostaria que elas chegassem a 30% do total até o final de minha gestão", afirma, simpaticamente, o engenheiro e joalheiro Roberto Souto Maior Karam, 40 anos a serem completados no próximo dia 23.
Na gestão de seu antecessor, o advogado e banqueiro Germano Vilhena de Andrade, foram admitidas as duas primeiras rotarianas - a representante comercial Regina Volpi, em 26 de dezembro de 1989 e a advogada e poetisa Suly Vilarinho, em 20 de março de 1990 - portanto antes da fundação do RC "Gralha Azul", que foi criado por 30 mulheres e apenas dois homens.
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Sem qualquer oposição dos 100 associados do Rotary Clube Oeste - que se reúne nas noites de terça-feira, na sede da Fundação Rotariana do Paraná (Rua Adyr Guimarães, 400, bairro do Ahu), seis outras propostas de admissão de profissionais liberais e empresariais foram aceitas: Gunilda Dickman (comércio exterior) em 3 de outubro de 1990; Teresa Cristina Faete (cirurgiã dentista) e Laura Montesserrat Barbosa (psico-pedagoga) em 21 de dezembro de 1990; Mara Carmen Schetino (médica anestesiologista), e Márcia Maria Menin (psicologia clínica) e Ana Teresa Bauel (engenharia civil) no último dia 14 de abril.
Rotarianos de Copenhague, que visitaram recentemente Curitiba e foram recepcionados no RC Oeste, enalteceram o pioneirismo do clube em ter admitido mulheres como membros.
- "Mesmo na Dinamarca, com toda sua evolução, as mulheres ainda são discriminadas nos clubes rotarianos", comenta o engenheiro Roberto Karam, que sempre defendeu a presença de companheiras rotarianas.
- "Após a admissão das colegas, as reuniões se tornaram mais agradáveis e todas tem se revelado excelentes companheiras".
A poeta Suly Vilarinho, como diretora de protocolo, é quem faz as saudações aos convidados nos jantares-reuniões. Na 6ª Conferência Distrital dos 60 Clubes do Distrito 473 (programada para 3 a 5 de maio, em Ponta Grossa), deverá haver uma presença maciça das rotarianas, "inclusive, então, saberemos de outros clubes, de cidades do Interior, que também já romperam a exclusividade masculina", comenta Karam.
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No Rotary Clube Curitiba, fundado em 1933 e o mais antigo do Paraná, o número de associados dissidentes em protesto a admissão da vereadora Rosa Maria Chiamulera e da empresária Marina Tanigushi talvez cresça. Informações extra-oficiais dão conta de que mais dez associados formalizariam nas próximas semanas seus pedidos de demissão. Como para fundar um novo clube, os estatutos exigem apenas 25 associados e com o patrocínio de uma entidade já existente, talvez Curitiba tenha em breve um RC radicalmente masculino.
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