Thalia S/A, o nosso primeiro clube-empresa
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de novembro de 1974
Há 10 anos e já na presidência da Sociedade Thalia, o sr. José Vieira Sibut, 60 anos, ex-produtor de cine-jornais (1949/1956), defendeu uma tese considerada absurda: a criação de um Banco comercial, contando com os recursos da tradicional sociedade, fundada há 96 anos. Hoje, muitos velhos diretores da Thalia, que em 1964 relutaram em apoiar o audacioso projeto de Sibut, não escondem o seu arrependimento e por isto aprovam todas as iniciativas que o Presidente tem tomado para consolidar a Sociedade Thalia no primeiro grande clube-empresa do Paraná. Com um patrimônio de Cr$ 27 milhões - "quando assumi, em 1959, era de 500 mil cruzeiros antigos", diz Sibut - a Thalia está concluindo uma grande compra de terreno, no bairro das Mercês, para onde transferirá sua sede social, em um imóvel plano de mais de 3 mil metros quadrados.
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Já possuindo uma fazenda de 120 alqueires nas margens da BR-277, há pouco mais de 30 km, de Curitiba - onde está sendo construído um campo de aviação para o Aero Clube do Paraná, e edificando uma sede de praia, em Guaratuba, onde a primeira das empresas subsidiárias, Thaliatur, vai incorporar um motel, Sibut anuncia agora um projeto importante: destinar a sede na Rua Comendador Araujo, exclusivamente para um colégio e atividades esportivas. Em seu tom de entusiasmo e otimismo, que o faz há mais de 30 anos um dos líderes entre os dirigentes clubísticos, Sibut alinhava uma série de fortes argumentos, capazes de convencer os mais recalcitantes associados, das vantagens da Thalia procurar cada vez mais tornar-se auto-suficiente, dinamizar e ampliar o seu patrimônio. Por isto, um de seus objetivos é ver os títulos patrimoniais - hoje a sociedade tem cerca de 4 mil associados - transformada em ações da Thalia S/A, "e os sócios ao invés de pagarem uma mensalidade de Cr$ 40,00, receberem lucros em bonificações, como uma grande empresa". Em São Paulo, Guanabara e algumas outras Capitais, os clubes já está se transformando em empresas sociais. A Thalia caminha para isso, "sem fusões mas com realismo", diz, em seu entusiasmo, o velho Presidente.
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