Mulher III
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de dezembro de 1980
Mais duas cantoras entram na praça. Ambas são jovens, bonitas e ainda não se definiram em estilo. Lembram muitas influências. Jane Duboc, que estréia pela Aycha, uma nova etiqueta (ex-Tapecar) teve produção de Raimundo Bittencourt e um repertório bem selecionado, com canções de compositores diversos, como já registramos no domingo passado.
Surge com muita força para tentar furar o bloqueio que tem condenado muitas cantoras novas a um prematuro limbo. Já Malú Moraes é uma goiana radicada em Brasília, onde já tem público suficiente para estimular a sua estréia em lp (Continental, 1-01-404-238). O repertório escolhido por Malú, a exemplo de Jane Duboc, mostra bom gosto: o trio Clodo, Clinério e Clésio (que já fez dois elepês na CBS), piauienses radicados em Brasília ("Brilho" e "Total Indiferença"), Novelli/Cacaso ("Resto de Lembrança"), Bosco/Blanc ("Perversa"), Tunai/Sergio Natureza ("Quem Mandou"), Lourenço Baeta/Sergio Natureza ("Prefacio"), Carlinhos Vergueiro/J:Petrolino ("Fotografia").
A própria Malú divide com Moema e Geraldo uma faixa ("Retorno") e a regravação de "Maringá" (Joubert de Carvalho) é um toque de nostalgia neste elepe, valorizado por arranjos de Gilson Peranzetta, Novelli, Nelson Angelo, Cristovão, músicos que ao lado de mestres como o guitarrista Hélio Delmiro, flautista Danilo Caymmi, baterista Wilson das Neves participaram das gravações. Enfim, gente confiança ajudando uma cantora que, ainda sem um estilo definido, também entra no campo de batalha.
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