Na música, a escolha foi muito desafinada
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de março de 1990
Como espetáculo, o melhor momento da 62ª edição do Oscar foi a coreografia que Paula Abdul criou para a apresentação dos candidatos aos prêmios de melhor figurino. Compensou, um pouco, a frustração que foram as melancólicas apresentações das coreografias que fez para as duas (fraquíssimas) canções do desenho "A Pequena Sereia" - "Kiss the Girl" e "Under the Sea" (Alan Menken/Howard Ashman), apresentadas pelo desconhecido cantor Geofrey Holden, cujo estilo lembra Harry Belafonte. "Under the Sea" foi (injustamente) escolhida a melhor canção - categoria em que as belas "The Girl Who Used to be Me" (Marvin Hamlshi/Marilyn e Alan Bergman) de "Shirley Valentine", defendida por Pattin Austin e "I Love to You Smile" (Randy Newman), do filme "O Tiro que não Saiu pela Culatra", com o autor, ao piano, mereceriam mais. Embora melhorando de nível em relação aos últimos anos (a 5ª concorrente, "After Hall", de Don Show/Dean Pitehford), do filme "O Céu se Enganou/Chances Are" também, era melhor do que a música premiada), nesta categoria a injustiça foi tremenda.
Igualmente injusto o fato de John Williams não ter levado mais um Oscar pelas excelentes trilhas com que concorria: "Indiana Jones e a Última Cruzada" e, especialmente, "Nascido a 4 de Julho". James Horner ("Campo dos Sonhos") também mereceria o prêmio - e inconcebível foi a marcante trilha de Hans Zimmer, em "Driving Miss Daisy", não ter sido nominada. Alan Menken, com a música de "A Pequena Sereia", acabou levando o Oscar.
Em termos musicais, ainda uma homenagem tocante: sobre as imagens eternas de Judy Garland (1922-1969) cantando o clássico "Over the Rainbow" (1939, "O Mágico de Oz"), Diana Ross, exuberante, conduziu o coral espontâneo que se formou entre os milhares de espectadores no Dorothy Chandler Pavillion numa homenagem ao tempo em que havia grandes canções do cinema.
Enviar novo comentário