No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de novembro de 1986
Melancólico. Eis o adjetivo mais suave para definir a frustrante apresentação de Trini Lopez na noite de segunda-feira, no Guaíra. Com um repertório convencional, repetitivo, sem garra e energia, acompanhado por uma barulhenta orquestra de 14 figuras (entre as quais alguns bons músicos, como o guitarrista Alemão, que por muito tempo fez parte do grupo Breno Sauer), Trini Lopez foi a grande decepção internacional. Melhor esquecer!
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Mais um espaço para exposições: o SESC da Esquina. Ali, Denise Gomes de Aviz, faz individual. Ennio Marques Ferreira, generoso como sempre, rasga elogios a artista no convite-catálogo.
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Já Fernando Velloso escolheu Sílvia Reali Servadei, pintora, desenhista, aquarelista, escultora, para a segunda individual de sua Contemporânea - Galeria de Arte. O curriculum da artista indica mais de 30 exposições nestes últimos 17 anos.
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Já que falamos em artes plásticas, a retrospectiva do tumultuado Salão Paranaense mostra em seus 42 anos, entre os 48 paranaenses de renome que ali obtiveram maior número de prêmios, o vencedor foi João Osório Brzezinski, 44 anos (10 premiações), seguido de Fernando Calderari, Miguel Bakun, Previdi e Helena Wong. Mario Rubinski foi o mais assíduo - presente em 27 mostras, ganhando assim um espaço especial na Sala Miguel Bakun.
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João Osório Brzezinski continua pintando, mas sem a mesma fúria dos anos 60. Apaixonado pelo espaço, primeiro adepto da Asa Delta entre nós, o bom Brzezinski troca as tintas e estopas (sua técnica favorita) em seu atelier, nos fins de semana, pela liberdade do Céu - onde convive (e chega a falar, diz ele), com pássaros e anjos que encontra "nas brancas nuvens".
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João Osório está de volta, aliás, a um prosaico expediente no Tribunal de Justiça, do qual é funcionário: perseguido politicamente por "tia" Gilda Poli, Brzezinski deixou de dar aulas (que bom o Estado que pode dispensar talentos de sua dimensão! Viva Tia Gilda) e está auxiliando o setor de arquitetura e construções do TJ. É verdade: o nosso Tribunal tem um setor só para fazer projetos de construções e reformas em fóruns, dirigido aliás por um ex-artista de vanguarda, Lauro Andrade - o "Palva".
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O jornalista Luiz Augusto Juk, agora no comando da Exito-Comunicação Social Integrada, informando a comemoração dos 108 anos de fundação da Mueller Irmãos, que inaugurou há poucos dias um forma de esmaltação produzido pelo seu próprio pessoal técnico.
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Voltando de Portugal, onde esteve acompanhando um coral infantil, o secretário de Turismo da cidade, Glauco Souza Lobo. Feliz da vida com a vitória peemedebista, Glauco desmente dois rumores: 1) não fez parte do coral - apenas deu assessoramento psicológico; 2) não á candidato (ainda) a presidência da Paranatur. Prefere continuar sobre as asas de seu amigo-irmão Roberto Requião.
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