No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de maio de 1988
Único crítico de cinema profissional do Paraná - durante uma década era contratado da "Folha de Londrina" exclusivamente para fazer análises de filmes - Carlos Eduardo Lourenço Jorge, 37, professor da Universidade de Londrina e programador do cine Ouro Verde, voltou à imprensa (há dois anos, por ter participado de uma greve, havia sido demitido da "Folha de Londrina"). Agora, escreve na "Tribuna da Cidade", de Apucarana, que criou um caderno regional para disputar o público de Londrina - e cuja editoria foi entregue a Délio César, jornalista da velha guarda, ex-vice prefeito e que por alguns meses esteve na diretoria de marketing do Banestado.
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Há muito que não se via uma platéia tão entusiasmada como a que lotou o auditório Bento Munhoz da Rocha Neto no domingo, para aplaudir a única apresentação do violinista Jean Luc Ponty e seu grupo. Vigoroso, com um repertório em que alternou músicas já conhecidas com faixas de seu novo elepê ("The Gift of Time", que a CBS está agora lançando), Ponty apresentou um belíssimo espetáculo. No final, só após 3 minutos de aplausos, é que decidiu voltar ao palco e apresentar dois números extras.
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Verinha Walflor, produtora local, teve alguns problemas no domingo. Ponty e seus músicos chegaram às 15 horas e queriam ensaiar, mas a equipe de apoio, do Guaíra, atrasou. Apesar de tudo, a parafernália sonora e de iluminação funcionou bem.
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O deputado Rafael Greca de Macedo não deixou que um destaque de um bicho do Paraná, na Itália, passasse sem registro: fez com que a Assembléia aprovasse um voto de cumprimentos ao violinista Luís Gustavo Surgik, 16 anos, que concorrendo com 33 candidatos de outros países, foi o vencedor no Concurso Internacional de Violino de Vercelli.
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Luís Gustavo foi apontado pelo júri, do qual fazia parte o virtuoso Yehudi Menuhin, como uma grande revelação. Ao mesmo tempo que enaltece a vitória, Rafael fez também seu protesto pela falta de qualquer divulgação a respeito: "Já há algum tempo deu-se esta vitória. E o silêncio do Paraná e no palco do Teatro Guaíra, dói. Que eco demos à conquista do jovem paranaense? Que tememos nós? Exorcizar com as notas que saem de seu violino agilmente dedilhado a mediocridade e a antropofagia tão caras ao ambiente cultural da província? Assim, impõe-se logo, se resgatar a dívida da Cidade com o jovem, agenciando-se um concerto - talvez até uma tournée nacional - com ele, via Secretaria da Cultura".
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A exposição "Axé, África", com peças cedidas pelo Museu Nacional de Belas Artes, havia sido programada para um dos artistas berlinenses, que o Goethe Institut ali instalou, ocupou mais espaço do que o previsto, a (única) exposição relacionada ao 13 de maio acabou sendo improvisada no Museu Paranaense.
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Mariza Guimarães Dias, do MNBA, chegou no dia 11 e, com muito boa vontade, auxiliada por Sale Wolokita, coordenador de ação cultural, conseguiu montar a exposição a tempo. O trabalho estendeu-se pela madrugada e até a esposa e filha de Sale - Flora e Simone, acabaram ajudando. No final, tudo acabou dando certo. Mas no sufoco.
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