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Aramis

O preço da espionagem

Presença nestes últimos dias nas manchetes internacionais, a polêmica CIA - Central Inteligency Agengy, pode ser melhor compreendida com a leitura do corajoso "A CIA e o culto da inteligência", colocado nas livrarias do Brasil pela Editora Nova Fronteira ao mesmo tempo que o editor Alfred Knoff lançava a edição nos EUA - onde pela primeira vez um livro censurado, por determinação de um Tribunal Federal. Entre as muitas revelações que os autores da obra - a carinho do primeiro lugar entre os mais vendidos da temporada (apesar do preço de Cr$ 45,00) - fazem, está a revelação da dimensão e custo da inteligência americana, evidentemente em valores aproximados. Victor Marchetti e John D. Marks, afirmam que, "considerada como um todo, a inteligência americana não é mais composta de uma encantadora fraternidade de ousados homens de sangue azul-homens motivados por um sentido de noblesse obrige que executam ousadas missões secretas. Este é o mito romântico, sem o qual haveria poucos romances de espionagem, mas isso não constitui a realidade da moderna profissão da inteligência. Atualmente, a grande maioria das pessoas que trabalha no serviço de espionagem, é composta de burocratas anônimos, presos a mesas de escritórios bem distantes do mundo do agente secreto". Existem dez diferentes componentes do governo federal que se ocupam com a obtenção ou a análise de inteligência estrangeira. Essas dez agências, conjuntamente com suas centenas de comandos, escritórios e equipes, são comumente chamadas "o mundo da inteligência". Dizem Marchetti E Marks que "operando silenciosamente, à sombra do governo federal, cuidadosamente resguardada da opinião pública, e completamente imune à fiscalização do Congresso, o mundo da inteligência gasta, anualmente, mais de seis milhões de dólares e conta com uma equipe de mais de 150.000 funcionários, em horário integral. O grosso desse dinheiro e deste potencial humano é dedicado à coleta de informações, por meios técnicos, também ao processamento e [à] análise dessa informação. A comunidade da inteligência reúne dados acerca de todos os países do mundo, mas os alvos principais são as nações comunistas, especialmente a União Soviética e a China, e a informação mais procurada diz respeito à sua capacidade e intenção militares. No quadro da dimensão e custo do mundo da inteligência americana, na página 78, se tem as seguintes informações: Agência Central de Inteligência (CIA): 16.500 funcionários; orçamento de Cr$ 750.000,00; Agência de Segurança Nacional (do) Departamento de Defesa); 24.000 funcionários; Cr$ 1.200.000,00 de orçamento; Agência de Inteligência de Defesa: 5.000/$200 milhões; Inteligência do Exército: 35 mil/$700 milhões; Inteligência Naval: 15 mil//$600 milhões; Inteligência da Aeronáutica: 56 mil/$2.700 mil; Bureau de Inteligência e Pesquisa do Departamento de Estado: 350 funcionários/$8 milhões; Bureal Federal de Investigações (FBI): 80-0/40 milhões; Comissão de Energia Atômica: 300/$ 20 milhões e Departamento do Tesouro: 300/ $10 milhões. Total: 153.250 funcionários e orçamento global de Cr$ 6.228.000,00.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
25/09/1974

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