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Aramis

Orlando e Vilma o casal 20 das imagens

Orlando Azevedo e Vilma Slomp formam uma espécie de Casal 20 das imagens. Juntos ou separadamente fazem cada detalhe focalizado por suas câmaras adquirir uma dimensão única, maior, personalizada. Assim fizeram com dezenas de nomes famosos do canto e da dança, flagrados em sua intimidade nos bastidores do Guaíra - do que resultou uma exposição que ganhou elogios nacionais. ("Shows e Camarins de Camarotes", 1984). A câmara de Vilma está sempre redescobrindo as ruas, as janelas, os detalhes desta Curitiba - por ela focalizada com tanta sensibilidade na mostra "Visões Urbanas", na qual o paulista Cristiano Mascaro e o gaúcho Luís Carlos Felizardo focalizaram também suas cidades - e que há dois anos vem sendo levada a todo o Brasil pela Funarte. Estas imagens de Curitiba constituem o projeto de um livro de Vilma, cuidadosamente em elaboração. Paranaense de Paranavaí, mas criada em Campo Mourão, Vilma, 35 anos, mãe de André, 6 anos e Rafael, 2, assim como Orlando, se considera hoje uma curitibana. Orlando, 39 anos, nascido na Ilha Terceira, nos Açores, desde 1963 no Brasil e há 20 anos em Curitiba, pode ser chamado hoje como legítimo Bicho do Paraná. Apaixonado por música, quando ainda estudava no Colégio N. S. Medianeira, idealizou um grupo de música jovem que entre 1968/75 marcou uma forte presença: A Chave. Numa revisão da música popular dos anos 60/70. A Chave merecerá espaço especial - e dois de seus integrantes (Ivo e Paulinho), estão hoje no Blindagem. Carlos Gaertner, que era o baixista do conjunto, é agora assessor da área de vídeo da Secretaria da Comunicação da Prefeitura e o tecladista, Eli Pereira Alves, hoje é engenheiro da Petrobrás. Orlando era o baterista e líder do grupo - e há 19 anos já se preocupava com o marketing para fazer A Chave ter um espaço próprio, o que o levou a ter um grande público em Curitiba. Comenta: - "Se naquela época houvesse o apoio que hoje as gravadoras dão aos grupos de rock. A Chave teria emplacado internacionalmente. Da música à fotografia foi uma questão de tempo e espaço. Em seu curriculum constam mais de uma dezena de exposições importantes, referências em publicações nacionais e internacionais e muitos elogios. Stefania Brill, uma das raras críticas de arte e de fotografia no Brasil, em comentário na revista "Iris", em outubro de 1986, após conhecer as fotos que Orlando fez sobre as fitas e bandeiras Venske, escreveu: "Orlando mostra que o documento pode ser poesia também, sem no entanto perder o seu valor documental. O local da indústria desativada de "Fitas e Bandeiras Venske" se transforma num palco mágico. Orlando, fotógrafo-poeta torna-se diretor da peça inacabada, porque viva. Mas como se o tema do ensaio é natureza morta, morta duplamente, porque abandonada? O fotógrafo conseguiu insuflar a vida imaginária neste palco real. A luz (que Orlando descobriu) é a do meio-dia, ingrata lá fora, privilegiada aqui dentro, envolvendo os carretéis, linhas e contrapesos parece ser detentora de um poder mágico. E, frente às imagens, o público, como se estivesse na platéia, permanece numa expectativa. Parece que o pano vai subir e... algo vai acontecer daqui a um instante". A um curriculum cada vez mais extenso, Orlando acrescenta agora mais um ponto importante: foi um dos quatro fotógrafos do Paraná selecionados pelo professor Pietro Maria Bardi para o luxuoso volume "Em Torno da Fotografia no Brasil:, volume X da coleção Arte e Cultura, editado pelo Sudameris. Na página 86 deste belíssimo volume foi incluída uma das fotos coloridas que fez da "Festa do Divino", nos Açores, quando ali retornou há dois anos. Os outros fotógrafos do Paraná incluídos no volume foram Helmuth Wagner (uma imagem das 7 Quedas, página 57), João Urban (página 77, "Retrato de Pedro Marechal", Cruz Machado) e Vilma Slomp ("Café Alvorada", página 48). Curitibano por afinidade - aqui residiu por muitos anos) - Felipe Taborda, hoje um nome nacional da fotografia e grafismo, também entrou na página 82 do livro, com uma das fotografias da série "Retratos de pessoas geralmente desconhecidas".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
13/03/1988

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