Outros Brasis para descobrir talentos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de março de 1992
O nome não poderia ser mais apropriado: OUTROS BRASIS.
Uma pequena etiqueta independente, com escritório na Avenida Presidente Vargas, 351/1205, CEP 66020, fone (fax) 091-241-0504, Belém do Pará, que vem dando um exemplo de brasilidade cultural. Seus discos, infelizmente, tem que ser solicitados pelo reembolso postal ou procurados em lojas especiais, no eixo Rio-SP, que trabalham com produção alternativa.
Como diz o compositor-produtor Nilson Chaves, "do sonho de registrar a cultura musical brasileira, sua sonoridade e ritmos, de valorizar seus cantadores e compositores, de facilitar a divulgação dos outros brasis, existentes dentro deste enorme Brasil, foi deste sonho que nasceu a OUTROS BRASIS, com simplicidade, determinação e alguma ousadia".
Em cinco anos, com muitas dificuldades, foram produzidos dez elepês "Tuyabé Cauaa" com Walter Freitas; "Saber", "Dança de Tudo", e "Amazonia" e Nilson Chaves - Em Dez Anos", todos com Nilson Chaves; "Vital" Lima; "Cheiro de Terra" com Juraildes da Cruz; "Estrela do Cabo Norte" com Amadeu Cavalcante; "Fruta Rachada" com Joãosinho Gomes e agora Celso Viáfora. O próximo lançamento será "Waldemar", reunindo Vital Lima e Nilson.
Paralelamente, a Outros Brasis promoveu espetáculos como "Concorto Sertanez" (Elomar, Turibio Santos, Xangai e João Olmar), "Cantiga" (Nilson Juraildes, Xangai), "Olhando Belém" (Viáfora, Nilson, Murilo Fonseca e Mapyl), "Encontro das Águas" (Turibio Santos) e "Um Alô de Verão" (Vital, Marco Monteiro, Nilson e Delço Tynara), apresentados em Belém, Macapá, e Goiânia.
Como um guerrilheiro cultural, Nilson Chaves e seus amigos da [distante] Belém sinalizam uma esperança para a nossa música brasileira. Que admirável exemplo.
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