Pasquim à sério
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de maio de 1974
Até completar o seu 5 aniversário - a 26 de junho próximo - os atuais diretores proprietários do seminário "O Pasquim", esperam liquidar as dívidas maiores acumuladas nos três eufóricos primeiros anos e que quase levaram o popular seminário a uma falência que deixaria débitos de Cr$ 1.600.000,00. Altamente rentável, desde que circulou o seu primeiro número - nos nove primeiros meses faturou Cr$ 700 mil - "O Pasquim"até hoje não chegou a dar lucros aos humoristas editores - entre os quais Ziraldo, Jaguar e Millor Fernandes, pois problemas administrativos com os antigos sócios, cuja administração a empresa foi confiada na liderança do jornalista gaúcho, Tarso de castro, fizeram com que a situação financeira se agravasse de tal forma, que só mesmo a experiência administrativa empresarial do industrial Fernando Gasparian, também editor do semanário "Opinião", os salvou de um debacle total. Reestruturado administrativamente, com uma organização que faltou nos primeiros (e pródigos) anos, O "Pasquim", hoje está saldando suas pesadas dívidas, o que faz com que a equipe responsável pelo seu estilo - que inclui profissionais de alto prestígio e bastante disputados por editores e agências de propaganda - façam uma quota de sacrifício, recebendo apenas uma de 500 dólares mensais, quando seus honorários profissionais custam de 5 a 10 vezes mais. Mas, com humor, procuram manter o espirito, independência e comunicabilidade que sempre caracterizou irreverente semnário, que chegou a ter uma circulação de 230 mil exemplares semanais, estabilizando-se hoje ao redor dos 50 mil "e atingindo a nossa geração", como explica Ziraldo, referindo-se que a equipe faz um jornal com a visão da idade média que seus editores tem: 40 anos.
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