Paulistas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de dezembro de 1980
Uma vez, lá por 1962, o eterno Vinícius declarou que "São Paulo era o cemitério do samba. Pra que o poetinha foi dizer isto! Houve protestos, reclamações e um salutar movimento dos compositores paulistas para desdizer Vinícius. Graças a isto é que surgiram muitos talentos que se sentiram provocados. Mas ainda há quem pensa que São Paulo é sinônimo do tipo de samba que Adonirã Barbosa faz com sua forma própria para que seus amigos que integram Os Demônios da Garoa gravarem. Um pernambucano que entende de música e discos, Aluizio Falcão - e que graças a sua competência a frente do Estúdio Eldorado, mereceu o troféu de "personalidade do ano" no júri da revista "Playboy", teve a idéia de produzir um elepê com vários intérpretes e autores traduzindo a música que se faz em São Paulo. E "Sampa" - título extraído da música de Caetano Veloso, acoplada a "Ronda" (Paulo Vanzolini) na interpretação da Pepete e Silvia Maria, uma das melhores faixas deste elepê. Aliás, Silvia Maria, esposa do pianista e compositor Godoy, após um elepê (magnífico) na Continental ("Porte d e Rainha", 1974), afastou-se da vida musical devido ao nascimento de 4 filhos. Agora está retornando, participando de algumas faixas do excelente "... Naturalmente" de Guilherme Vergeuro" (produção independente) e neste "Sampa" interpretando "Serenatas" (Mário Fontes/Meire Buarque) e "No Meu Canindé" (Raul Duarte). Um elepê sobre São Paulo não poderia prescindir Titulares do Ritmo "Perfil de São Paulo", de Bezerra de Menezes; "Praça Clóvis", de Vanzolini; "Samba do Arnesto", de Adoniram Barbosa) e o próprio Adoniram ("No morro da Casa Verde").
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