Dois concertos imperdíveis, maravilhosos, daqueles que nos reconfortam com a vida, nesta quinta-feira, o homem que renovou a música instrumental não só de seu país, a Argentina, mas de toda a América Latina: Astor Piazolla. É a segunda vez que Piazolla vem a Curitiba (auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, 21 horas) e, como sempre, impossível prever o que será visto/ouvido, pois Astor se renova sempre, recria-se a cada nova apresentação embora o público espere sempre alguns de seus (muitos) clássicos. Já na noite seguinte (17, auditório Salvador de Ferrante), outro espetáculo de emoção/amor: os teclado de Clara Sverner e o sopro de Paulo Moura, num programa que vai de Millhaud, Liszt, Debussy, Bruno Kieffer, Edino Kriger até Victor Assis Brasil ("Berceuse"), Radamés Gnatalli e uma peça do jovem Ronaldo Miranda ("Fantasia"). Paulo e Clara já fizeram três Lps, o último dos quais, "Vou Vivendo", como os demais, produção do esmerado Maurício Quadrio, está sendo lançado agora pela EMI-Odeon e que perpetua alguns dos momentos deste recital. Certos artistas dispensam adjetivos, elogios, recomendações. Apenas os aplausos. Piazolla, Clara e Paulo Moura estão nesta categoria. Vá aplaudi-los! LEGENDA FOTO - Paulo Moura e Clara Sverner: concerto indispensável.

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:

Veiculo: Estado do Paraná

Caderno ou Suplemento: Almanaque

Coluna ou Seção: Tablóide

Página: 13

Data: 16/04/1986

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