Picoli, o que ajudou a consolidar o festival
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de julho de 1986
Para um evento musical chegar a sua 14ª edição, como acontece com o Fercapo, dezenas de pessoas colaboraram. Desde os presidentes do Tuiuti E. C. que vêm se sucedendo desde 1971 - entre os quais o hoje deputado Mário Pereira - até humildes e anônimos auxiliares nos bastidores, sem os quais um festival não se realiza. Entretanto, um nome é sempre lembrado com respeito quando se fala no Festival da Canção Regional de Cascavel: Luís Picoli (1946-1979).
Gaúcho, apaixonado pela música brasileira, Picoli foi o idealizador e dirigente do Fercapo em suas primeiras edições e só a sua trágica morte, num acidente automobilístico, o retirou desta promoção que teve nele, por sete anos, o seu grande comandante.
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Um projeto que fascina muitos dos idealistas que há 14 anos vêm participando do Fercapo, com o jornalista Caio Gottlieb, colunista e diretor comercial do jornal "O Paraná" e mestre de cerimônias do Festival, é a produção de um elepê com o melhor das 13 edições realizadas até hoje. Cantor e compositor nas horas vagas, tendo, no passado, defendido inclusive muitas músicas do Fercapo, Caio sempre batalhou pela maior divulgação das canções vencedoras do Festival, o que, de agora em diante, se torna possível com a produção do elepê pela Continental. Realmente, é lamentável que tantas bonitas composições que a partir de 1972 apresentadas no Fercapo tenham se perdido pela falta de um registro fonográfico. Aliás, problema que não é apenas do Festival de Cascavel, mas de todos os festivais promovidos no Paraná - ao contrário do Rio Grande do Sul, onde todos os eventos musicais (e que passam de 40 por ano) são registrados em discos distribuídos nacionalmente.
Nascido modestamente, no âmbito local (tanto é que em janeiro de 1971, acontecia com o nome de I festival da Música Jovem), o Fercapo começou a crescer, em âmbito estadual, nos anos 80. Isto deve-se ao fato do compositor Heitor Valente, através da Acorde, incluí-lo como uma das etapas eliminatórias do I Festival Paranaense da MPB "Todos os Cantos", promovido pela Secretaria da Cultura e Esportes - na época em que aquela pasta realmente funcionava.
As sementes plantadas naquele ano germinaram e nestes últimos 5 anos (com exceção de 1983, quando o Fercapo não aconteceu), o evento atinge uma dimensão nacional, com concorrentes de 11 Estados.
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Apenas para recapitular, eis os vencedores dos Festivais nestes 13 anos: "Tempo, História, Hora e Lugar" (Ramiro Carlos Rebouças, 1971); "Canção Por Minha Saudade" (Jeanine de Bona, 1972), e "Ano 2000 D.C." (Vilson Bez-Airton Fracaro, 1972); "Mensagem" (Moacir Borges, 1973); "Ladainha" (Antônio Carlos Buono, 1974); "Poema Para Um Amor Augente" (Zezé Borges, 1975); "Tubo de Ensaio" (Mosy Tancredo, 1977); "Sei Lá" (Ramiro Carlos Rebouças, 1979); "Andarilho" (Cesar Nadal de Souza); ("Imagens", de Paulo Roberto Calderari e "Mutirão" de Carlos Augusto Amendola; estas três músicas foram classificadas em 1980 para as semifinais do "Todos os Cantos"); "Como Antigamente" (1981, Leontomar Valverde Pereira); "Se O Tempo Voltasse" (Leontomar Valverde Pereira, 1982); "Vale A Pena" (Vital lima/Sergio Lima Neto, 1984) e "Palco" (Beto Gauer/Ronaldo David/Sergio Kasprzak, 1985).
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