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Aramis

Realidade Hospitalar (III)

Apesar do superavit de leitos hospitalares (teoricamente 2.960 a mais do que o necessário) e de médicos (1.100), o índice de mortalidade infantil em Curitiba é dos mais altos do Estado, só comparável aos distritos sanitários que [têm] por sede os municípios de União da Vitória, Campo Mourão, Paranavaí, Cornélio Procópio e Jacarezinho, com variações entre 101,00 e 116,59 óbitos por 1000 nascidos vivos. Segundo dados estatísticos de 1971 - os mais precisos a que tiveram acesso os autores do relatório sobre a Rede Hospitalar do Paraná, das 20.201 crianças que nasceram na Capital, 7.203 faleceram, 301 sem qualquer espécie de assistência médica e 1984 entre 0 a 1 ano de idade. No estudo global sobre as 20 principais causas de morte no Estado, em todas as idades, constatou-se a predominância acentuada das doenças do aparelho circulatório, respiratório, mortes por acidentes, envenenamento e violências, mortes por enterite e outras causas diarréicas, por tumores malignos e por causas perinatais. Das doenças relacionadas, figuraram entre as 20 principais causas de morte nos distritos sanitários, a meningite em 20 deles, o tétano e a tuberculose do aparelho respiratório em 16, o sarampo em 10 e a difteria em 7. A varíola, ainda provocou mortes (3 casos) nos distritos sanitários de Cornélio Procópio e Jacarezinho. Se em Curitiba há um total de 5.020 leitos para uma população (dados oficiais, 71) de 623.878, com 1.600 médicos, já a região metropolitana - incluindo 13 municípios - (população de 212.349 habitantes), área de 8.332 Km2 tem apenas 18 médicos e 307 leitos, com um deficit de 392 leitos. Na região metropolitana, o número de mortalidade infantil (ano 71, repetimos) foi de 1.482 crianças, 430 das quais sem assistência médica.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
06/07/1974

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