Serginho do Trombone, um sopro de muita vitalidade
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de abril de 1992
Leo Gandelman, a maior revelação do pistão nos últimos anos, é quem [avaliza] Serginho [do] Trombone, outra grata revelação feita em disco da CID ("Avec ["]Elegância", 1991). Diz Gandelman que recém saído da escola e chegando ao Rio de Janeiro, foi parar em Campo Grande, na zona rural carioca onde tocou com Serginho [do] Trombone pela primeira vez "e fiquei absolutamente impressionado com sua originalidade e criatividade". Músico autodidata, pessoa de forte personalidade e espírito de liderança, Serginho "sempre demonstrou claramente que tem um caminho totalmente seu e uma forma de fazer muito particular".
Executando um instrumento que tem raros virtuoses que chegam a gravação - (mesmo um criador da dimensão de Raulzinho de Souza tem uma discografia reduzida) - Serginho [do] Trombone mostra toda a beleza deste instrumento vigoroso nas oito faixas deste disco em que revela também seu lado de autor: "Aeróbica", "Maracatucarama", "Malandragem", "De Repente", "Avec Elegância"; "Maracangalha", de Caymmi, é a única exceção. Curiosamente, escolheu uma formação mínima para o registro - pois com exceção de "Aeróbica", na qual buscou o trumpete de Márcio Montenegros e Bidinho e os [sexes] de Mauro Senise e José Cralos Machado, respectivamente, mais a guitarra de Celso Fonseca e o baixo de [Vernando] Souza, nas demais faixas, talvez até por uma razão de economia, reduziu há dois ou três acompanhantes - o violão de Sergio Assad, a guitarra de Paulinho Guita, o baixo de Paulo César ou a percussão de Zizinho, em combinações que deram certo. Redondo, delicioso, eis um disco instrumental com o som de um músico jovem e, desde já, anotado para merecer destaque entre as revelações do ano. Apesar do disco ter sido produzido em 1991, só agora é que o mesmo chegou aos ouvidos.
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