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Aramis

Em todas as rotações...

1- Além de ter se constituido na mais importante promoção em favor da divulgação da MPB, o Projeto Pixinguinha está deixando alguns bons frutos fonográficos, assim como a série Seis e Meia também proporcionou a edição de álbuns gravados ao vivo, no Teatro João Caetano (Isaurinha Garcia, Sivuca & Rosinha Valença, Luiz Gonzaga & Carmelia Alves, estes dois lançados pela RCA Victor), Doris Monteiro e Lúcio Alves, cantores românticos, que há pouco estiveram fazendo o roteiro Norte/Nordeste do Projeto Pixinguinha, estão reunidos num Lp (Odeon/Coronado, 31CO52422007), com músicas conhecidas mas sempre agradáveis de serem ouvidas. Juntos cantam "Mudando de Conversa" e "De Conversa em Conversa", enquanto Lúcio interpreta "Pra Dizer Adeus", "Sábado em Copacabana", "Duas Contas", "Razão de Viver", 'Garota de Ipanema" e "Valsa de Uma Cidade". Já com Doris temos "Conversa de Botequim", "Se Você se Importasse", "Razão de Viver", "É Isso Aí", "Alô Fevereiro", "Dó-Ré-Mi", "Graças a Deus" e "Mocinho Bonito". 2- A Bandeirantes Disco, distribuída pela WEA, também decidiu utilizar a fórmula de montar discos-marketing, usando fonogramas de diferentes fábricas. Assim "O Fino da Bossa" (BR 33.005), reúne um elenco de primeiríssima linha: Lupicinio Rodrigues ("Vingança"), Nora Ney ("Ninguém Me Ama"), Dolores Duran ("Por Causa de Você"), Maysa ("Mundo Mundo Caiu"), Marcia ("Ronda"), Agostinho dos Santos ("Balada Triste"), Isaura Garcia ("Mensagem"), Tito Madi ("Atrás da Porta"), Silvinha Telles ("Bom Dia Tristeza"), Elizeth Cardoso ("Neste Mesmo Lugar") Angela Maria ("Vida de Bailarina") e Johnny Alf ("Ilusão a Toa"). Sem o mesmo critério artístico, mas tendo em compensação faixas de consumo fácil, do gosto do povão, "Os Campeões da Popularidade" (BR 23.007) ataca com Sidney Magal, Wanderley Cardoso, Angelo Máximo, Paulo Sérgio, Nelson Ned, Ronnie Von, Peninha etc. 3 - A orquestra de Paul Mauriat parece até um computador: periodicamente, de 4 a 6 meses de diferença, está no mercado, com um novo volume, com arranjos perfeitos dos sucessos trimestrais. O volume 25 da agradável série traz "How Deep Is Your Love", "C'est la vie", Another Star", "I Feel Love", "W're All Alone", entre outros sucessos discotheques do momento. No mínimo, cada disco de Paul Mauriat é um marco significativo como documento dos sucessos da temporada com a vantagem de emoldurá-los em arranjos da mais alta competência e com excelentes músicos. Razões mais do que suficientes para justificar a sua compra pelas fãs da música instrumental. Falando em música suave, gostosa, em termos instrumentais, outra indicação: o organista Ken Friffin (CBS. 104422), num elepe onde vai desde "Wunderbar" que Cole Porter incluiu no seu musical "Annie Get A Gun" até "Beer Barrel Polka", passando por "Pretend", "Jalousie" e "Hi-Lili, Hi-Lo", entre outros êxitos do passado. 4 - Instrumental, mas só que com outras pretensões é o "Festiches Trompetenkorenzenrt 2" (Chantecler/Telefunken), onde o pistonista alemão Walter Wcholz, acompanhado por uma orquestra sob a regência sob a regência de Rolf Schneebiegl, tenta uma difícil experiência: solar arias de grandes mestres do clássico, como Rossini, Mozart, Chapin, Adam Giordani, até chegando ao "Vôo do Besouro", de Rimsky-Korsakow. Na contracapa, J. L. Ferrete, didático como sempre, destaca a importância de cada faixa incluída neste interessante elepe aos que se interessam por solos de pistão. 5 - Alguém já imaginou um elepe só na base do assovio? Pois a nova gravadora do Sul, a ISAEC, de Porto Alegre, em seu primeiro suplemento, apresenta um elepe intitulado "Getulio, "O Assoviador" onde o gaúcho Getúlio Rubens dos Santos, que assovia músicas populares desde a infância, mostra muito folego e rítmo. Com bossa e originalidade o assovio de Getúlio é o principal "instrumento" desde disco igualmente curioso, com um repertório que inclui músicas de vários gêneros: boleros ("Sabor A MI", "Maria Helena"), Bossa Nova ("O Barquinho", "Samba De Uma Nota Só"), choros ("Carinhoso", "Tico-Tico no Fubá"), e antologicas canções como "Gente Humilde", "Valsa de Uma Cidade" e "Nunca" (do gaúcho Lupiscinio, que não poderia faltar, é claro). 6 - Para não dizer que não falamos dos estrangeiros, Johny Rivers entrou na história do rock na década de 60 com seu histório "John Lee Hooker", homenagem de 20 minutos ao grande cantor e guitarrista, nascido no Missippi, a 22/08/1917. Editado originalmente no Brasil pela RCA, "John Lee Hooker" foi relançado há pouco pela RCA. "John Lee Hooker" foi relançado há pouco pela Copacabana, que agora, para mostrar que Rivers não morreu decidiu colocar no mercado um disco mais recente deste cantor guitarrista: "Outside Help", gravação original da Building Records. Apenas 3 faixas são de Rivers, que amparado em instrumentistas desconhecidos no Brasil mostra um estilo menos agressivo, quase mais para a balada. 7 - O aniversário da morte de Elvis Presley motivou a RCA a forçar a venda dos muitos discos do "rei" do rock'roll que há em catálogo, junto com mais duas seleções, uma das quais de canções infantis. Anteriormente, a Victor já havia colocado no mercado "The Sun Sessions" (RCA, 104.4108, maio 78), com a seleção das primeiras gravações de Presley, entre 1954/56. Já "Welcome To My Worl" (RCA, 104.4112, junho/78), trouxe registros recentes, inclusive duas faixas de um de seus últimos concertos no Madison Square Garden, à 10/06/72; Presley, pelo que representou dentro de uma fase de transição da música americana por certo continuará tendo seus elepes em catálogos por muitos anos. Afinal a RCA tem um excelente esquema de marketing e promoção internacional. 8 - Até o prefeito Marcos Tamoyo, tem seu autógrafo transcrito na contracapa de "Rio de Janeiro", tema-discotheque que o americano Billy Terrel compôs e Gary Criss gravou para ser tocado nas discotheques do mundo, junto com "Garota de Ipanema", "Brazilian Nights", "Amazon Queen" outras dilutivas composições. No Brasil, Gary é lançado pela Tapecar.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal da Música
30
27/08/1978

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