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Aramis

No campo de batalha

O Paraná estará presente com 12 profissionais no I Congresso Brasileiro de Artistas e Técnicos, que inicia hoje, em Canela, RS. Durante 6 dias, as cabeças mais atuantes do teatro, cinema, televisão, circo, dança, modelos etc. estarão discutindo, de forma adulta, propostas fortes e decisivas, espelhando uma necessária preocupação para solucionar problemas antigos. O Paraná se fará ouvir através das vozes de atores, diretores, professores e coreógrafos e até uma representante das modelos profissionais (a alta e bela Sigried Andersen). Já estão em Canela - cidade vizinha de Gramado, o paraíso dos recém-casados, o presidente da Associação dos Profissionais em Espetáculos no PR, Celso Toniolo (e que também é delegado de polícia) junto do Delcy D'Ávila, Luciana Cherobim, Ailton Silva, Aluísio Cherobim, Edson D'Ávila, Mario Di Pina, Sigried Willian Osrin, Enéas Lour, Loraci Setrgni e Eni Carvalho. Marcelo Marchioro, diretor de arte e programação da Fundação Teatro Guaíra, também ali estará, inclusive porque "O Contestado", de Romário Borello, será apresentado na próxima semana, mostrando a mais algumas milhares de pessoas, o regional - e válido - espetáculo dirigido por Emílio Di Biasi. xxx Sérgio Fernando Montenegro Sinval, um dos mais experientes executivos da área de seguros, foi um dos profissionais selecionados para lançar no Paraná o primeiro plano Seguro Educação em vigor no país, com nove opções e que deverá ter uma grande aceitação: de Cr$ 380,00 a Cr$ 1.140,00 por mês, o plano oferece, através de 3 das maiores seguradoras do Brasil - Comide/ Atlântica - Boa Vista/ Vera Cruz até Cr$ 1.600.000,00 na educação de seus filhos. xxx Com 150 páginas - um verdadeiro livro - circulando o número 10 de "Referência em Planejamento", revista editada pela Secretaria do Planejamento, e que aborda a cada volume um tema específico. Desta vez é a energia, enfocado de todas as maneiras, num trabalho primoroso. O próximo número - a circular dentro de 90 dias - tratará da cultura no Paraná. xxx Afinal, aparece alguém que não teme a poluição urbana: Ismail Macedo, presidente (há 15 anos) do Sindicato dos Exibidores do Estado do Paraná e Santa Catarina, é tão apaixonado por sua cidade natal, Castro, que defende não só a transferência da Capital para as margens do Rio Iapó como quer ver centenas de indústrias naquele município. No último número de "A Voz do Iapó", que Ismail financia há 69 edições, escreveu o seguinte: "O povo de Avaré, SP, deve ser feito até missa em ação de graças, quando o governador Maluf anunciou que ali estava sendo estudado - para ser sede - da nova Capital de São Paulo. Ninguém, em sã consciência acredito, achou ruim, ou achou que para Avaré, iria ser levada a poluição da Capital. E pensar nesta era de tecnologia moderna, é possível transferir uma Capital sem estudos capazes de evitar que a poluição exista. O próprio prefeito Jaime Lerner, quando iniciou a Cidade Industrial de Curitiba, o fez depois de estudar até os ventos comuns. E disse (pessoalmente a nós) que ela seria colocada (e foi) entre Curitiba e Araucária, para que os ventos do Leste levasse a poluição para o interior do Estado::: Ora bolas! Será que em se amando tanto a Castro e sua gente alguém daqui iria querer levar poluição à cidade ? Nós o que desejamos é a felicidade e o progresso". A propósito: Ismail é proprietário do Cine Ópera, em Antonina, que funciona num prédio onde exibiu, até os anos 30/40, um belo teatro. Os últimos arrendatários do cinema - os irmãos Sousa (também chamados de "Irmãos Coragem", pelo idealismo com que tocam o deficiente Cine Morgenau e outras casas de exibição de baixa rentabilidade) - acabaram desistindo, já que a televisão roubou os últimos espectadores e agora o Opera está fechado. xxx E falando nisto, dia 8 de janeiro fez um ano que os cines Opera e Arlequim tiveram suas últimas sessões. O espaço onde havia o Arlequim, inaugurado em julho/55 com "Sem Barreiras no Céu", já foi ocupado pelo prédio que amplia as Lojas Americanas - com inauguração prevista para o primeiro trimestre de 80, enquanto o edifício Heloísa, onde havia o Ópera, está fechado, sem nenhum aproveitamento. O proprietário, Husseim Hamdar, planejava instalar no local um supermercado de calçados (ramo em que fez uma das 10 maiores fortunas da cidade em menos de 20 anos), mas como o prefeito Lerner apresentou uma idéia de reciclagem do imóvel, Hamdar retardou seu plano comercial. O projeto de reciclar o Heloísa, saído das pranchetas do arquiteto Abrão Assad, tem detalhes que lembram o Centro Georges Pompidou de Paris. A questão é: onde encontrar recursos para financiar as obras, nestes dias de crise e penúria geral? E, ao invés do prédio estar abandonado, ao menos o Ópera poderia ter continuado a funcionar. Mas a outrora fulgurante Cinelândia continua sendo assassinada. xxx Poucas pessoas ajudaram a tantos em 30 anos de serviço como os patrulheiros Arnaldo Posselt, 58 anos e Benedito Pires de Lima, 64 anos, admitidos na Patrulha Rodoviária Federa no [dia] 13 de janeiro de 1950. Nestas 3 décadas acompanharam a construção de quase 2 mil km de rodovias federais, viram o tráfego aumentar em milhões de veículos e dos 12 primeiros "guardas rodoviários", hoje a PRF conta com 375 homens - a crescer para mais de 400 em breve. Arnaldo chefia a PRF desde 24 de novembro de 1961 (somente afastou-se entre fevereiro de 1965 a maio de 1967) e embora já com tempo de serviço para se aposentar, continua a ser uma pessoa indispensável dentro do esquema de segurança das rodovias, bem como Benedito, hoje chefe da ação de informações da PRF. Um detalhe importante: da ficha destes dois homens dedicados ao rodoviarismo só constam elogios e, pessoalmente, centenas de pessoas, nas mais diversas situações, os tiveram como verdadeiros "anjos-da-guarda" nas estradas. Motivo, portanto, para registro do fato e que os mesmos, amanhã, em seu dia-a-dia de trabalho, recebam justos cumprimentos. xxx Hoje é o último dia para se verificar um filme de Mário Monicelli, "Golpe de Estado à Italiana", com Ugo Tognazzi, no Cinema I. Amanhã, ali entra em reprise uma das mais belas comédias dos últimos 30 anos: "As Férias do Sr. Hulot", 53, de Jacques Tati, cineasta bissexto mas que foi uma espécie de Chaplin da década de 50, quando realizou outrora obra-prima, também com reprise prevista para breve: "Meu Tio", Oscar de melhor filme estrangeiro em 1958.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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Tablóide
9
13/01/1980

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