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Artigos por data (1987)

Funtevê criou selo e vai editar os vídeos

Roberto Parreiras é um executivo da maior visão cultural. Foi ele quem implantou o Plano de Ação Cultural quando Ney Braga foi ministro da Educação e Cultura e estruturou a Fundação Nacional de Artes, da qual seria o primeiro diretor-executivo. Depois, Parreiras dinamizou a TV-E, no Rio de Janeiro e marcou sua administração na Embrafilmes.

O vídeo & a Imprensa

Durante a tarde de sexta-feira, no auditório Brasílio Itiberê da Secretaria da Cultura, meia centena de jornalistas, entre os quais alguns dos mais representativos críticos e editores da área, em termos nacionais, analisaram o espaço que o cinema e o vídeo vem conquistando na imprensa. O boom do vídeo provocou a volta do interesse público pela sétima arte, que durante anos não tinha, no Brasil, uma única publicação regular.

Criança é o alvo no tiroteio do consumo

O alvo é a criança. Não pode existir melhor consumidor - que mesmo sem renda própria influi poderosamente nas compras. Não há especialista em marketing que negue esta realidade. Exemplos não faltam. Xuxa, uma simples modelo, conseguiu se tornar a "cantora" (sic) de maior vendagem (quase 3 milhões de exemplares do segundo lp, Sigla/Som Livre) da história da fonografia brasileira - apenas um dos segmentos que vem explorando graças ao carisma que passa aos "baixinhos".

Os frutos da mostra para o nosso cinema

As questões são amplas, polêmicas e, obviamente, jamais se esgotariam num debate de 3 ou 4 horas. Também seria ingenuidade pretender que de uma exposição verbal possa resultar as soluções para tantos problemas levantados. Mas numa sociedade democrática, na qual a arte e a cultura devem ser analisadas também, objetivamente, na relação industrial e de consumo, questões relacionadas como a literatura, o roteiro, a música e a imprensa no cinema brasileiro cabem perfeitamente dentro de um evento cultural abrangente.

No campo de batalha

Uma feliz frase do roteirista e diretor Jorge Duran, que logo na abertura da mesa-redonda sobre literatura e roteiro no cinema brasileiro provocou reflexões "o roteirista é quem reorganiza o material num universo novo". Logo depois, Valêncio Xavier, provaria através de uma análise de "O Anjo Azul", que "um mau roteiro pode resultar num clássico". Valêncio, com sua forma espontânea de abordar um assunto, mostrou as incoerências do roteiro deste filme alemão, dos anos 30, que se tornou, entretanto, um dos mais famosos do mundo - e o marco da carreira de Marlene Dietrich, ("Lola Lola").

Chet, maravilhoso apesar das drogas

O fato é conhecido: foi ouvindo milhares de vezes o histórico "My Funny Valentine" que o pistonista e cantor Chet Baker (Chesney H. Baker, 23/12/1929) gravou em 1954, que João Gilberto aprimorou seu estilo intimista de cantar que o faria - em 1958, deflagrar a revolução da Bossa Nova.

O melhor jazz para quem sabe apreciar

Para quem sabe apreciar o melhor som instrumental, em especial o jazz dos bons tempos, um punhado de opções graças aos bons fluídos do Free Jazz Festival. São discos indispensáveis para serem curtidos na suavidade auditiva.

Geléia Geral

Enquanto fala-se no fim dos Rollings Stones - após 24 anos de permanência na pole position do biz do rock - e a CBS continua a vender o álbum "Ditry Work"(1985), são reeditados dois álbuns-duplos históricos do mais famoso grupo de rock inglês: "Exile On Main Street" e "Love You Live". O primeiro de 72, contundente, traz um clima agressivo, lembrança nostálgica de suas primeiras composições. Já o repertório de "Love You Live" é uma coletânea histórica, retirada de shows realizados durante abril de 76, no sul da França, e em 26/2/77, na cidade de Toronto.

Os roteiristas e seu trabalho

Não é comum a possibilidade de reunir cineastas-roteiristas que, nestes últimos anos apresentaram trabalhos do vigor de "Sargento Getúlio" (do romance de João Ubaldo) e "Fronteiras das Almas" (exibido na terça-feira, 6, Lido I) como Hermano Penna; Pedro Jorge de Castro, que levou a tela um dos mais belos contos de Herman Lima ("Tigipió"); Jorge Duran, que antes de fazer o seu primeiro e elogiado longa "A Cor de Seu Destino" (em exibição no cine Ritz, 2ª semana) já vinha, há 12 anos, trabalhando como roteirista no Brasil; a crítica Pola Vartuck, de "O Estado de São Paulo" e nome de ma

Os caminhos do mundo para o maestro Nobre

Poucos compositores contemporâneos tem uma agenda internacional tão carregada quanto Marlos Nobre, 48 anos, Pernambucano de Recife. Tanto pelas funções que exerce junto a Unesco, como pelo vigor de sua obra, Marlos - primeiro diretor do Instituto Nacional de Música, quando o então ministro Ney Braga, da Educação e Cultura, criou aquele órgão junto a Funarte - tem viajado pelos quatro cantos do planeta.

Um encontro inédito para os "trilheiros"

Um documento preciso, direto e necessário, contendo em apenas 15 linhas, a síntese de mais de três horas de debates, foi elaborado no final da tarde de quarta-feira, 7, e, entregue ao secretário René Dotti, da Cultura - promotor da I Mostra do Cinema Latino-Americano do Paraná - deverá ser por ele encaminhado ao ministro Celso Furtado, da Cultura.

No campo de batalha

A Federação Paranaense de Cineclubes expõe em sua sede (Galeria Schaffer, Rua XV de Novembro) uma mostra de fotógrafos de idéias libertárias: Josilena da Silveira, Carlos Soares, Ricardo Carneiro, Ronaldo Coelho, João Carlos Medeiros, Beto Rato, Pastor Tiomkim e Guto Graça Nova. xxx

No campo de batalha

Wladimir Soares conheceu no Palácio Iguaçu dom Helder Câmara, ex-bispo de Olinda, que visitava na manhã do dia 5 o governador Álvaro Dias. Admirador do humanista religioso, Wladimir o abraçou e não teve dúvidas: pediu um autógrafo. "Foi, aliás, a primeira vez que pedi um autógrafo de alguém", comentaria depois. xxx

Estes diretores e seus filmes

Seja ator, diretor ou produtor a última obra é sempre a preferida. Na I Mostra de Cinema Latino-Americano, que terminou sábado em Curitiba, curtas, médias e longas metragens foram apresentados durante uma semana ao público curitibano. Vários diretores e atores estiveram presentes, como o diretor Lael Rodrigues e os atores Lídia Brondi e Jayme Periard, do filme "Rádio Pirata"; Fred Confalonieri, o Araken, o show-man, diretor do engraçadíssimo curta "Churrascaria Brasil"; o cubano Sérgio Giral diretor de um curta sobre Che Guevara.

Fundada a Associação Nacional de Críticos

Na noite de sexta-feira, 9, numa das salas do hotel Del Rey, aconteceu uma reunião histórica: a criação da Associação Nacional de Críticos de Cinema. A idéia era antiga: em diferentes ocasiões, sempre que jornalistas da área de diferentes Estados se encontravam surgia a discussão sobre a necessidade de uma entidade representativa dos profissionais que, nas diferentes regiões do Brasil, se dedicam ao jornalismo cinematográfico.

As reivindicações dos compositores

Sábado, 10, no encerramento da I Mostra do Cinema Latino-Americano do Paraná - após a projeção de "O País dos Tenentes", de João Batista de Andrade - o secretário René Dotti, da Cultura, recebeu das mãos do compositor e cineasta Sérgio Ricardo, um objetivo documento no qual estão sintetizados resultados da mesa-redonda sobre "A música do cinema brasileiro", realizada há uma semana, na manhã do dia 7, no auditório Brasílio Itiberê.

Ballet Guaíra dançará o cordel de Drummond

A presença de Sérgio Ricardo na I Mostra do Cinema Latino-Americano do Paraná não foi apenas fundamental para que a mesa-redonda sobre "A Música no cinema brasileiro" resultasse num documento contundente, que o secretário René Dotti levará, em mãos, ao ministro Celso Furtado, da Cultura.

Um Senhor Talento

Com o libanês nome de João Mansur Lufti, este paulista de Marília, canceriano do dia 15 de julho de 1933, ganhou há 23 anos, de seu amigo Aloysio de Oliveira a definição precisa no título do disco que fez no histórico elenco: "Um Senhor Talento".

No campo de batalha

A programação cinematográfica foi tão intensa nos últimos 15 dias que, com isto, dançaram em termos de bilheteria (e mesmo por parte dos cinéfilos) dois filmes que podem até pintar entre os melhores do ano: "Memórias de um Adolescente", que Gene Saks adaptou da peça de Neil Simon (por ele próprio dirigida na Broadway), teve mínimo público no Lido II (em alguns dias, houve até sessões canceladas).

"Coronel Redl" e "Trem", os dois bons lançamentos

Poucas vezes estrearam tantos filmes atraentes. Nunca faltaram tanto espectadores. A crise de público nos filmes brasileiros (ver comentário em "Tablóide", nesta mesma edição) é altamente preocupante e produções recentes, apresentados em festivais - ganhando com isto um ótimo espaço promocional - nem assim conseguem despertar o grande público. Que, no máximo, prefere "As Bruxas de Eastwick", de George Miller (Astor, 2ª semana) ou "Robocop" (Plaza), os únicos filmes de boa bilheteria.
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