O livreiro Aramis Chaim, da "Nova Ordem", hoje a livraria mais bem instalada da cidade, com uma clientela selecionada e, principalmente de nível universitário, comentava, ontem, a evolução do mercado editorial. Obras que, há 3 anos, não chegariam siquer a serem lançadas devido o custo, hoje não só tem edição regular como são facilmente absorvidas por uma faixa de leitores cada vez mais exigente. E, como exemplo, mostrava um belo volume que chegou na segunda-feira nas livrarias: "O Homem e Seus Símbolos" de Carl G. (Jung(.

Um volumoso livro que a partir desta semanas estará na cabeceira de todos os políticos e homens públicos - "Os Militares no Poder" do jornalista Carlos Castello Branco (Editora Nova Fronteira, 685 páginas), de certa maneira vem comprovar, mais uma vez a inexpressividade dos nossos políticos e homens públicos, em termos nacionais. Pois Castello Branco, 57 anos, de jornalismo, desde 1963 assinando no "Jornal do Brasil" a mais influente coluna política do País, neste seu quarto livro sobre o Brasil contemporâneo, fazendo um relato objetivo e jornalístico, cita poucos paranaenses.

Aumenta cada vez mais a bibliografia cientifica ou semicientifica colocada à disposição do público interessado em certas matérias que até há pouco não podia ter acesso pela falta de livros em português. Um exemplo são os livros sobre Psicologia/Psiquiatria que as grandes editoras estão lançando regularmente.

George Bernald Shaw (1856-1950) escreveu: "Eu sou um jornalista orgulhoso de se-lo. Cortando deliberadamente de meus trabalhos tudo que não é jornalismo, convencido de que nada que não seja jornalismo sobrevivera muito tempo como literatura ou será de qualquer uso enquanto viva". E embora esta sábia frase não esteja transcrita na introdução de "Reportagens Que Abalaram o Brasil", ela poderá ali ser colocada, em segunda edição.