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Aramis

Afinal, o novo cinema japonês

Quem tem medo do cinema japonês? Medo propriamente, não. Mas restrições, sim. Afinal, a cultura milenar do Oriente tem seus códigos de entendimento e a falta de hábito em degustar o cinema que se faz naquele País leva muitos cinéfilos a, preconceituosamente, vê-los com restrições. Mesmo com toda a glória de um Akira Kurosawa e do impacto que Nashima Oshima trouxe a partir de "O Império dos Sentidos", o cinema japonês continua a ser praticamente desconhecido do grande público. Em Curitiba, um dos raros apaixonados (e conhecedores) deste cinema é o múltiplo Valêncio Xavier, cuja paixão pelo Japão o fez estudar a língua e a montar uma preciosa videoteca com mais de 50 momentos maiores de realizadores nipônicos. A pequena colônia nipônica em Curitiba sempre restringiu as exibições dos filmes em improvisadas salas em seus clubes, não ocorrendo aquilo que possibilitou a criação de cinemas especializados em filmes japoneses - como em São Paulo e o Norte do Paraná. Assim, uma mostra que adquire especial significado, é a que foi organizada pela Cinemateca Brasileira / Fundação Japão e que está sendo mostrada em Curitiba (Cine Luz, de 17 a 23 de agosto). São sete filmes recentes (apenas um, "O Garoto do Beisebol", de Yoichi Maedad é de 1978) que refletem o cinema desta década. Dando uma especial atração ao Festival, virá o diretor Nitsuo Yanagimanchim 43 anos, diretor de "Adeus, Terra Adorada" (Saraba Itoshiki Daichi), 1982, que às 18 horas do dia 20, quinta-feira, fará uma palestra no Cine Luz, antecedendo a apresentação do filme. xxx Os filmes selecionados para a mostra abordam questões sociais, a discussão do chamado "milagre japonês" e conflitos sentimentais. São de jovens realizadores - idade média de 30/40 anos - que pela primeira vez chegam as telas em nosso País. O Festival abriu ontem com "Guerra em Família" (Kazoku Gehmu), 1983, de Yoshimitsu Morita, prosseguindo com "Clube do Furacão" (Taifu Kurabu), de 1984, de Shinji Somai (hoje, 20 horas); "Chega de Gibi" (Komikku Zasshi Nanka Iranni), 1986, de Yojiro Takita (dia 19); "Adeus, Terra Adorada", de Yanagimanchi (dia 20); "O Garoto do Beisebol" (dia 21); "Para Kayako" (Kayako no Tameni), 1984, de Kehei Oguri (dia 22); e "O Pequeno Herói do Décimo Andar" (10 Kai no Mosquito), 1983, de Yoshiniro Yuri (dia 23, domingo). LEGENDA FOTO - Yuya Uchida, atriz de "Chega de Gibi", programa de amanhã na mostra do novo cinema japonês.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
18/08/1987

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