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Aramis

Araci Cortes, 80 anos

Bendita a hora que o Instituto Nacional de Música / Funarte e a Continental firmaram um acordo operacional para que as produções fonográficos produzidas pelo órgão oficial fossem industrializadas, distribuidas e comercializadas pela gravadora paulista. Com isto, a Continental que andava mal das pernas passou a ter um excelente catálogo do que há de melhor na produção de MPB e os discos da Funarte, até agora restritos a uma minoria com acesso as sua loja no Rio, ou precário ( ainda ) sistema de distribuição, passaram a encontrar com maior facilidade verdadeiros documentos da MPB. É o caso do belissimo elepê dedicado a Araci Cortes / Zilda de Carvalho Banindola, RJ, 31 de março de 1904 ), idealizado por este incansável garimpeiro e defensor da melhor MPB que é Herminio Bello de Carvalho para homenagear os 80 anos da grande atriz e cantora que foi o grande nome dos palcos brasileiros nos anos 20/30, Há dois anos, no encerramento do III Encontro nacional de Pesquisadores da MPB, realizado no salão nobre do Museu Nacional de Belas Artes, o grande momento de emoção foi quando a ainda jovem, bem humorada e sarcástica Araci Cortes fez um curto, mas expressivo show, interpretando clássicos de seu repertório a começar por "IaIa" ( Linda Flor), num momento de magia a todos que amam a MPB. O mesmo Herminio que em 1965, foi redescobrir Araci Cortes,para um show ao lado de Jacob do Bandolim, no Teatro Jovem, na série " O Menestrel" e depois inclui, ao lado de Clementina de Jesus e os 5 Crioulos no histótico "Rosa de Ouro"( perpetuado em dois álbuns da Odeon ), foi quem teve a inciativa de, há alguns meses, encarregar o pesquisador Jairo Severino, de reunir históricos fonogramas gravados por Araci Cortes na Parlopnon e Odeon, entre 1929/1930, acrescidos de documentos inéditos de seu arquivo para um elepê absolutamente antológico. Paralelamente a edição do disco documento de Araci Cortes, sai também o livro de Roberto Ruiz, que situa esta cantora dentro de sua época, na importância de sua contribuição à MPB hoje tão esquecida, se não fossem trabalhos heroicos, maravilhosos e emocionantes, como os que pessoas da dimensão de HBC e Jairo Severino realizam. Poderiamos estender o registro do aparecimento do Lp documento de Araci Cortes, bem como do livro de Roberto Ruiz ( edição Funarte. 1974 ) por toda uma pagina, se aqui dsipuséssemos, hoje de maior espaço. Mas basta dizer que se trata de um momento único e especial, no qual temos intercaladas ao depoimento da própria Araci, suas interpretações de "Carinhoso", "Linda Flor", " Juri "( outro de seus maiores sucessos ) ao lado de fonogramas raros, recuperados através de modernos processos, e que possibilitam entender a inportância desta intérprete magnifica, que aos 80 anos, mantém sua jovialidade e beleza espiritual. Um encarte com esclarecedores textos complementam esta produção INM / Divisão de Música Popular, com realização executiva de Julia Peregrino, pesquisa e produção artistica de Jairo Severino e que, em nosso entender, está entre as mais importantes contribuições á cultura musical brasileira feitas pela FUNARTE.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
30/05/1984

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