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Aramis

Saudades de Adoniran

Logo após a morte de Adomiram Barbosa, ocorrida na tarde de 23 de novembro de 1982, aos 72 anos de idade, o jornalista Nireu Teixeira uma das pessoas mais sensiveis e inteligentes desta mui leal Vila N.S.da Luz dos Pinhais, dizia com muita precisão de que o deseparecimento de Adonram tinha significado igual ou mesmo maior do que foi a morte de Vinicius de Moraes, um ano antes, E, justificando sua afirmação. Nireu lembrava de que poucos, muitos raros, compositores adquiriram uma popularidade tão grande, tão de perto falaram ao coração de milhões de brasileiros quanto filho de imigrantes venezianos, batizado como João Rubinato e que estaria completando neste 1984 seus cinquenta anos de carreira artistica. Mantendo-se sempre fiel a São Paulo de quem foi o grande cantor, capturando e divulgando a linguajar das pessoas simples, as estórias, os prsonagens Adoniram deixou uma obra magnifica, infezlimente pouco valorizada em vida. O grupo Os Demonios dde Garoa foi quem mais popularizou as composições de Adoniram ( de "Saudosa Maloca",1955 a " Trem das Onze", 1964 ) mas se não fosse esta extraordinária personalidade musical que é J.C. Botezelli o Pelão Adoniram teria morrido sem ter gravado, ele mesmo, siquer um elepê. Foi graças ao Admirável Pelão, a quem a MPB tanto deve, que Adoniram fez dois magnificos albuns na Odeon, ainda em catálogo e nos quais com sua voz rouca, mas homenageado por tantos amigos que o admiravam ( inclusive Elis Regina, uma definitiva interpretação de "Tiro ao Alva") fizeram registros magnificos de suas músicas. Complementando aquele belo trabalho que fez com Adoniram em vida, Pelão acaba de realizar um dos melhores trabalhos de momtagem do ano: "Saudades de Adoniram" ( Chantecler/Alvorada, abril/84 ). Recolhendo preciosidades do acervo da Continental e outras gravações de seu arquivo, Pelão montou um álbum indispensável a todos que se preocupam e se interessam pela nossa MPB. Assim, temos a histórica gravação que Adoniram fez em janeiro de 1936, com orquestração e regência de José Nicolini em selo Colúmbia ( depois Continental ) com "Agora Pode Chorar", justamente a sua primeira gravação. O disco are com uma entrevista de Adoniram, seguido de "No Morro do Pioio" ( parceria com Jacob de Brito/ Carlos Silva ), em gravação do 1959, prossegue com " Trem das Onze" com os Demonios da Garoa ( que foi o samba mais cantado no Carnaval do IV Centenário, no Rio ); mais um fragmento de entrevista com Adoniram, seguido de Um " Samba no Bexiga ", o " Samba do Arnesto" ( parceria com Alocin ), o magnifico " Bom Dia, Tristeza" ( letra de Vinicius de Moraes ), na gravação do próprio Adoniram. Encerrando o lado A, a história "Agora Pode Chorar ". O lado B abre com um trecho de "histórias da Malocas"programa que Adoniram apresentava em 1856 na Rádio Record, seguido da primeira gravacão de "Saudade de Maloca" titulo com que " Saudade Maloca"foi lançada em novembro 1951. Em seguida, dois sambas pouco conhecidos; " Abrigo de Vagabundos" com Demônios da Garoa " Praça de Sé",com o próprio Adoniram, os Demônios da Garoa comparecem ainda " As Mariposas"e " Iracema", enquanto que com Adoniram temos o xote " Olha a Policia " ( parceria com Arlindo Silva ). Um texto perfeito de J.L. Ferrete expõe a importância de Adoniram na MPB, complementando este disco como um dos melhores lançamentos do ano. E mais uma divida da MPB para com o grande e maravilhoso Pelão.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música
30/05/1984

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