Armando, Paschoal & Grips
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de maio de 1979
Armando Maranhão, que no ano passado comemorou seus 30 anos de teatro amador trazendo a Curitiba o seu maior amigo e incentivador, Paschoal Carlos Magno, estava em Paranavaí quando viu na TV a entrevista do Embaixador, quando ameaçou tocar fogo na Aldeia de Arcozelo, pela falta de apoio das autoridades. Como milhares de outros brasileiros, Maranhão emocionou-se e iniciou também uma campanha para auxiliar o idealístico empreendimento ao qual Paschoal vem se dedicando há mais de 30 anos. abriu uma conta em nome de "Aldeia de Arcozelo de Paschoal Carlos Magno", número 553117, na agência Universidade do Banco Nacional (Rua Marechal Deodoro, 485, Curitiba), onde todos os que quiserem colaborar com esta meritória promoção poderão fazer seus depósitos. Maranhão tem participado de todos os festivais e promoções idealizados por Paschoal, que foi quem lhe conseguiu, há 25 anos, uma bolsa de estudos na Itália. Professor do curso de teatro da Fundação Teatro Guaíra, ator e diretor, fundador do Teatro do Estudante do Paraná em 1949, Maranhão é um homem humilde mas que desenvolve um trabalho meritório. Anualmente encena de uma a duas peças infantis, que leva aos mais diferentes palcos.
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Bastante diferentes da linha da ação de Maranhão alguns e outros grupos que se dedicam ao teatro infantil no Paraná foram as proposições levantadas nas duas etapas do seminário sobre o teatro Grips (17 a 20 de abril/7 a 9 de maio), que o Instituto Goethe promoveu em sua sede, a propósito da produção de "O Robô bobo de Bobby" (Trummi Kapput), que estreando dia 28 de abril, está sendo encenado todos os sábados (15 horas) e domingos (10h30min) no auditório Salvador de Ferrante. Com o aviso de "uma peça para gente a partir de 7 anos", "O Robô bobo de Bobby" de Volker Ludwig, do grupo Grips, de Berlim (que há 3 anos esteve em Curitiba, encenando "Llilipiti e Locomoc") é uma das mais famosas peças infantis do chamado "teatro de cuca", que o Grips desenvolve em Berlim. Dirigido por Antonio Carlos Kraide - indicado pessoalmente por Volker, que o teve como seu assistente e ator em julho de 1976, quando aqui esteve - "Trummi Kaputt" é uma peça que foge dos esquemas habituais do teatro infantil: em torno de um brinquedo inútil e caro, "o robô bobo de bobby", desenvolve-se a estória de 3 crianças que têm problemas com os seus pais que trabalham numa fábrica. Assim, o aspecto político desta peça foi bastante questionado e debatido durante o seminário, que visou o melhor aproveitamento pedagógico do espetáculo no meio escolar e familiar das crianças. Na próxima quarta-feira, Helmut e Heidi Lied viajam, em férias, para a Europa, só retornando em agosto. Mas o Goethe não pára: de 25 a 29, no campus da UCP, Centro Politécnico e edifício D.Pedro I, patrocina a mostra "o filme científico como meio de pesquisa", com a presença do professor Werner Grosse, de Gottigen. E de 15 a 22, no auditório do Museu Guido Viaro, uma mostra de filmes de música e de dança, que abre com "A Ópera dos 3 Vinténs", 1931, de Pabst, baseado na famosa peça de Brecht/-Weill.
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