Artigo em 13.02.1982
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de fevereiro de 1982
Há dois anos o arquiteto paulista Sergio Prado, 36 anos, quase criou um racha entre os profissionais do Instituto de pesquisas e Planejamento Urbano de Curitiba. Simpático, bem falante, sempre em elegantes trajes adquiridos nas mais caras lojas de Paris ou Nova Iorque, Sergio veio a Curitiba, expôs projetos fantásticos e acabou sendo contratado, em excelentes bases, para prestar uma consultoria ao Ippuc. Numa ponte aérea São Paulo-Curitiba passava aqui dois a três dias por semana e apesar de suas boas idéias, não houve muita aceitação por suas propostas – das quais pouco resultou de prático. Entre outras coisas que Sergio anunciou na época – entusiasmando o projeto Lerner – foi a possibilidade do cineasta Federico Felinni vir a Curitiba, o que, inclusive, motivaria a transformação da antiga pedreira municipal, nas proximidades do Centro de Criatividade, numa onírica Aldeia Amarcord.
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Formado em Veneza, e já tendo residido nos Estados Unidos e Venezuela, Sergio Prado tem muitos projetos fantásticos – e o ultimo deles merece reportagem de uma página e meia na “Isto É”, que está nas bancas: uma torre na Avenida Paulista, orçada a preços de hoje em 35 milhões de dólares – “algo assim como se de repente uma companhia aérea brasileira resolvesse comprar, de uma só vez, vinte Boeing 747”. O problema de Prado tem críticos e defensores, entre Ester e aquele que acreditam na “oportunidade” de um superconstrução capaz de abrigar meia dúzia de auditórios, entre 400 e 1.500 lugares, lojas em 10 andares e um estacionamento subterrâneo para mil carros – e mais uma torre com 280 metros de altura onde todas as emissoras de rádio e TV de São Paulo teriam um ponto único de tranmissão.
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