Folclore Acadêmico
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de fevereiro de 1982
Um irreverente advogado, que marcou época em seus tempos de acadêmico na Universidade Federal do Paraná, esta recolhendo as mais deliciosas estórias da septuagenária escola – afinal ela foi criada (junto com as de Medicina e Engenharia) em 1912 – para um livro com o “folclore universitário” – destinado a ser best-seller e obra polêmica, ao mesmo tempo. Muitas estórias serão em torno do medico, psiquiatra e professor Napoleão Lyrio Teixeira, já falecido – homem dos mais vem humorados e estimados, que caracterizava suas aulas por atituades inusitadas e sempre com muita verve.
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Uma manhã, em sua aula de Medicina Legal, o professor Napoleão começou falando sobre costumes sexuais de uma distante tribo da Nova Zelândia. Depois, fazendo desenhos no quadro negro, passou a referir a características dos homens de uma tribo do Congo Belga (hoje, a República Popular do Congo), que impressionavam pelo tamanho dos órgãos sexuais. Uma jovem aluna – moca de sobrenome ilustre, sentada na primeira fila, foi se chocando com as explanações do professor e, num dado momento recolheu cadernos e livros e deixou a sala. Quando se preparava para abrir a porta, o professor Teixeira – impertubável até então, gritou:
- Um momento, senhorita! Não se apresse! O próximo avião para a África só sairá na próxima semana.
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Em outra aula, o mesmo professor Teixeira falava sobre símbolos sexuais. Didadicamente, expunha as teorias do fetichismo e depois passou a relacionar reações provocadas por determinadas cores em trajes íntimos. Um aluno, por sinal já casado e hoje nome famoso nos meios políticos do Paraná, assistia embevecido as explicações do mestre. Quando Napoleão falou com detalhes sobre o fato de determinados homens só se excitarem com certas cores, o circunspecto aluno não se conteve e, aos gritos, se pôs a repetir – para que todos ouvisse:
- Preto, professor. Preto, tem que ser preto!
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Através da coluna, o advogado que pretende publicar seu “folclore acadêmico” faz um apelo aos ex-alunos de nossa Universidade Federal, hoje espalhados em todos os cantos: enviem (através de O ESTADO) as estórias que conhecem. As publicáveis divulgaremos aqui antecipadamente. As mais cabeludas ficarão para o livro.
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