Bennett/Berlin, tímida homenagem
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de julho de 1988
O evento merecia mais comemorações! Afinal, um gênio da música não chega a comemorar um século de vida sem alguma razão muito especial. Assim, os 100 anos que Irving Berlin (Israel Baline, Temoyun, Rússia), completou no último dia 11 de maio, não tiveram todos desdobramentos merecidos - especialmente no Brasil. É verdade que último remanescente dos cinco grandes da canção americana não tem, há mais de 15 anos, saúde para sair de sua mansão, e até hoje não permitiu a realização de filmes sobre sua vida. Mas que justificava maior número de regravações e especiais - em lançamento mundial - não há dúvida.
No Brasil, então, a data quase passou desapercebida. Quase porque felizmente a CBS editou, mesmo com atraso de algumas semanas em relação ao aniversário, um dos mais belos discos do ano: "Bennett/Berlin".
Tony Bennett (Anthony Dominick Benedetto, Queens, Nova Iorque, 1926) gravou um álbum duplo de canções de Berlin - reduzido aqui para disco simples. Vale, entretanto, como a melhor homenagem, pois com a jazzística formação - Ralph Sharon ao Piano, Joe LaBarbera na bateria e Paul Langosch no baixo - não se limita a ficar apenas nos standarts, e ao lado de canções indispensáveis do mestre Berlim, buscou temas menos conhecidos do público brasileiro. E, nas gravações de "Cheek To Cheek", "Russian Lullaby" e "White Christmas" buscou a presença de amigos especiais - guitarristas George Benson, pistonista Dizzy Gillespie e saxofonista Dexter Gordon, respectivamente.
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