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Aramis

Billie, o álbum do ano

Além de representar a Pablo, uma das mais notáveis etiquetas jazzisticas da atualidade, a polygram - para alegria dos jazzófilos - volta a representar a Verve, etiqueta que pertenceu ao mesmo Norman Granz da Pablo, que a vendeu, posteriormente, para a MGM. A Verve tem uma acervo notável -tão grande que possibilitou, há alguns anos, quando Maurício Quadrio dirigia o setor de projetos especiais da Polygram, montar uma básica , em mais de 50 elepês, apenas com matrizes desta marca. O retorno da Verve ao Brasil, acontece da melhor forma possível: dois álbuns duplos que, com toda certeza, estarão entre os melhores lançamentos do ano - Bill Evans ( ) e Billie Holiday ( All Or Nothing At All>). Vamos hoje aqui registrar, mesmo que de forma rápida, o disco de Billie Holiday (Eleanor Gough Mckay, Baltimor /4/1915 - Nova Iorque, 17/7/1959). A discografia de Billie é imensa: apesar de sua vida artística (e pessoal ) atribulada, ele gravou muito - e seus discos permanecem em catálogo nos EUA, sendo constantemente remixados e remontados - confundindo inclusive os colecionadores. Este álbum duplo, é, cronológicamente, a terceira de gravações que Billie fez para Verve Records, acompanhada por excelentes músicos. Como nosso bom amigo José Domingos Raffaelli registrou ( JB, 16/10/83), das 22 faixas, algumas - , , , , entre outras - figuram entre as melhores que gravou na última década de vida, exemplos de sua arte incomparável. Diz Raffaelli, com todo seu conhecimento: < Sua voz mais reflexiva e menos incisiva do que 15/20 anos antes adquira um acerto ligeiramente rascante, embora conservasse toda a carga emocional, refletindo com intensidade ainda maior as desilusões e tristezas da sua vida tribular, apesar de ocasionalmente projetar alguma alegria (como em ou >I Get a Kick Out of You>).Billie Holiday tem poucos discos editados no Brasil - e raros disponíveis nas lojas, o que torna, então, ainda mais importante esta edição. Afinal, entre todas as cantoras americanas, em nosso entender, nenhuma outra superou a Lady Day. Além da importância de se ter um álbum duplo de Billie Holiday, as faixas trazem ainda passagens instrumentais com músicos como Charlie Shavers (pistão), Benny Carter (sax alto e tenor) - incluindo, por exemplo, um raríssimo solo de tenor em , Bem Webster (seu sax tenor literalmente canta em , e ), Barney Kessel (Guitarra), Paul Quinichette (saz tenor), entre outros. Não é fácil hoje gastar Cr$ 8 ou Cr$ 10 mil num álbum duplo, mas, sem dúvida, este merece. Afinal, ninguém cantou melhor do que Billie Holiday, a inesquecível Lady Day.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
1
30/10/1983

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