Cidade que cresce
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de setembro de 1978
"Mas isso também é Curitiba!" - a exclamação vem se repetindo, muitas vezes, por parte de centenas de pessoas que, pela primeira vez, estão trafegando pelos trechos já concluídos da Avenida das Torres. Mais do que uma importante rodovia urbana - duas pistas, ligando, no futuro, Curitiba até o aeroporto Afonso Pena, a obra - planejada há muitos anos e que teve a sua efetivação retardada várias vezes - traz a abertura urbana para uma nova região da cidade. Assim, como, dentro de dois a três anos, as Contorno Sul, e Leste, ligando em seus 30 km, a BR-116, na altura do Pinheirinho até a BR-277, no Guatupê, numa primeira etapa. São novas regiões da cidade, que se integram, urbanisticamente, frente as estas novas vias de acesso.
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Uma pergunta que alguns vereadores devem fazer, de forma corajosa, ao IPPUC, é até onde está havendo o devido planejamento para o Executivo Municipal acompanhar a demanda de novos serviços que a ocupação de áreas onde até agora existiam apenas chácaras ou mesmo pastagens? Já se nota às margens da Avenida das Torres, a ocupação de grandes faixas de terrenos por centenas de habitações humildes, inclusive conjuntos habitacionais. Algumas favelas convivem com casas de alvenaria e, apenas, uma questão de tempo, concentrará milhares de habitantes.
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O asfalto da chamada "estrada do encanamento" - a ligação rodoviária entre Curitiba - Piraquara, incrementou ainda mais a ocupação de toda aquela zona, entre o Tarumã e Pinhais, embora sendo terreno baixo, cortado por vários riachos, apresente sérios problemas de enchentes, por ocasião de chuvas mais intensas, como a que a cidade atravessa nestes últimos dias. Já nas margens da Avenida das Torres, em sua quase totalidade, a região é mais alta, e portanto sem este tipo de problema. As Contornos Sul e Leste vão cortar também uma ampla área, até hoje inexplorada em termos imobiliários pela dificuldade de acesso. Evidentemente, que os proprietários dos terrenos beneficiados já planejam loteamentos, alguns dos quais até solicitados a Prefeitura. É a cidade que cresce em novas direções.
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Serviços complementares são indispensáveis: luz, esgoto, rede de telefones - paralelamente a iniciativa privada (supermercados, farmácias, bares, etc.) chegando a Curitiba de novos bairros que se abrem. A Avenida das Torres, embora liberada ao tráfego, está sem qualquer sinalização, incluindo no [cruzamento] com a BR-116, interditado devido as obras do viaduto. E com a falta de avisos muitos motoristas têm sido obrigados a fazer retornos perigosos e com grande perda de tempo. Não custaria muito às empreiteiras que trabalham no local, além da própria Prefeitura, colocar placas indicativas, [detalhando] até onde os motoristas podem seguir. É o mínimo que se espera dos responsáveis por esta obra.
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